PSDB se mobiliza para salvar Perillo na CPI
O PSDB promete se mobilizar para derrubar o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, apresentado nesta quarta-feira (28) pelo deputado Odair Cunha (PT-MG).
Apesar de o petista ter excluído pontos polêmicos do texto, como o pedido de indiciamento de jornalistas, dentre os quais Policarpo Júnior, da revista "Veja", e o que pede ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que investigue o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por não ter levado adiante a investigação da Operação Vegas, os tucanos querem evitar o pedido de indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
"Evidente que houve um ganho com as alterações, mas o relatório é incorrigível. É inconcebível que ele traga o Marconi Perillo no texto", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que vincula a inclusão do tucano ao fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser seu desafeto em razão de sua declaração pública de que o alertou sobre o mensalão antes de o escândalo estourar.
"Se ele tivesse incluído todos os governadores suspeitos não teria problema", completou.
Sampaio delineou as estratégia do partido a partir de agora. "Primeiro, vamos tentar derrubar o relatório. Se isso não for possível, vamos tentar convencer o presidente da CPI de que é possível a apresentação de destaques ao relatório apresentado", disse.
No entanto, o presidente da CPI, senador Vital do Rego Filho (PMDB-PB), o regimento comum da Câmara e do Senado impede a apresentação de destaques. Mas Sampaio avalia que se houver acordo, isso é possível. Antes da sessão de hoje, isso chegou a ser cogitado em uma reunião dos partidos com o relator, mas o petista rejeitou a tese. "Existem precedentes para isso. O relator foi de um autoritarismo inacreditável", afirmou.
Simultaneamente a esses movimentos, o PSDB vai preparar um voto em separado que, segundo Sampaio, já está sendo elaborado. Ele, porém, não disse o teor do seu texto. A se considerar o que afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) antes da sessão de hoje, o relatório tucano não deve incluir políticos. Sua base será a relação da construtora Delta com o governo federal, ignorada no relatório de Odair Cunha.
Uma saída para o PSDB é avançar em uma articulação com setores do PMDB que ficaram insatisfetitos com o relatório de Cunha, em especial com o pedido de indiciamento do ex-proprietário da construtora Delta, Fernando Cavendish.
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