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Ao falar de convite do PMDB, Beltrame diz "só pensar em segurança"

Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame (ao centro) - Gustavo de Oliveira/Arquidiocese do RJ
Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame (ao centro) Imagem: Gustavo de Oliveira/Arquidiocese do RJ

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

24/04/2013 18h55Atualizada em 24/04/2013 19h50

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta quarta-feira (23) "só pensar em segurança". A declaração foi uma resposta sobre o convite do PMDB para que ele seja o vice na chapa de Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador e pré-candidato à sucessão de Sérgio Cabral (PMDB).

"Eu só penso em segurança. É o que eu vou pensar e fazer até 2014. Minha energia toda está para a segurança pública.  (...) Sou secretário de Segurança e vivo isso muitas horas do meu dia. Minha preocupação exclusiva é a segurança pública.  A política não me incomoda porque o meu foco é ser secretário de Segurança", disse.

A suposta filiação de Beltrame ao PMDB havia sido confirmada pelo próprio presidente regional da legenda, Jorge Picciani, em entrevista publicada nesta terça pelo jornal "O Globo".

Na visão de Cabral, Picciani, na condição de presidente da legenda, estava apenas fazendo o seu papel ao "trazer à tona" questões políticas de âmbito interno.

Para o governador, que defende a tentativa de manutenção da aliança com o PT --que lançará como candidato em 2014 o senador Lindbergh Farias, provocando um racha natural na parceria--, "falar sobre eleição em ano ímpar não tem cabimento".

"Eu só posso falar pelo meu governo. (...) A unica candidatura lançada e decantada por mim é do Pezao. Eu lancei o Pezao no dia em que nós fomos reeleitos. (...) Não é a hora para a gente cuidar disso. Na verdade, o presidente do PMDB tem que trazer à tona essas discussões. É papel dele. Os presidentes dos partidos ficam discutindo política. (...) Picciani é um grande companheiro e está no papel dele de olhar o quadro político partidário. Essa é uma coisa bem salutar: o partido ter a sua vida própria e o governo ter a sua vida própria".

Segundo ele, o principal responsável pelo projeto das UPPs teria sido convencido por Cabral a acumular as funções de secretário de Segurança e vice-governador, caso Pezao fosse eleito em 2014. Beltrame tem até o dia 5 de outubro para decidir. 

Perguntado sobre potenciais aliados na eleição para o governo do Estado em 2014, Cabral afirmou conversar com Picciani e disse que as parcerias serão fechadas "no tempo adequado".

A respeito da controvérsia com o PT, o governador nao quis entrar em detalhes, mas declarou que há "consequências" quando "projetos pessoais" ficam "subordinados a esse conceito maior de aliança".

"Essa aliança do PT e do PMDB, a nível nacional e estadual, tem feito muito bem ao Brasil e ao Estado. Com todas as contradições que ela tem e com todas as consequências de muitas vezes projetos pessoais ficarem subordinados a esse conceito maior dd aliança".

PAC

O governador do Rio, que nesta quarta partipou da cerimônia da entrega de gratificações a policiais militares e civis que superaram as metas do último semestre, anunciou durante o evento que o Estado assinará novo contrato com a União, no próximo sábado, para mais uma etapa do PAC nas favelas fluminenses.

Estão previstos investimentos de R$ 1,8 bilhão do governo federal e cerca de R$ 800 milhões do governo estadual, segundo Cabral. "Vamos fazer diversos investimentos em várias comunidades, como Complexo do Lins, a Rocinha, todo o Jacarezinho. Só no Jacarezinho, se eu não me engano, são quase R$ 600 milhões. Na Rocinha, são perto de R$ 900 milhões."