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Governo trabalha com hipótese de só votar da MP dos Portos na terça-feira

Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, disse que o governo já trabalha para que a MP dos Portos seja votada na Câmara na terça-feira - Sérgio Lima - 4.ago.11/Folhapress
Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, disse que o governo já trabalha para que a MP dos Portos seja votada na Câmara na terça-feira Imagem: Sérgio Lima - 4.ago.11/Folhapress

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

13/05/2013 17h28

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou nesta segunda-feira (13) que é possível votar até quinta-feira (16) a MP (medida provisória) que trata do marco regulatório do setor portuário. 

“Podemos ter a votação até amanhã à noite para que ela ainda possa ser lida no plenário do Senado e, desta forma, permitir votação entre quarta e quinta-feira no Senado. Este é o tempo razoável, dois dias para cada uma das duas Casas, para fazer a votação. Vamos nos reunir com o líder aqui na Câmara e ver o encaminhamento que os líderes vão dar”, afirmou a ministra antes de entrar na reunião com os líderes da base governista. 
 
 
Ideli voltou a defender a importância da matéria para o país e pedir o apoio e a união dos partidos que compõem a base governista da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. 

'Interesse de grupos econômicos não pode se sobrepor ao nacional'

  • Alan Marques/Folhapress

    Em entrevista à Folha, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, diz que a tramitação da proposta "depende de vontade política". "É normal enfrentar interesses contrariados, mas eles não podem ser admitidos se não forem compatíveis com o interesse geral", afirma. Segundo ela, não houve falha na condução da proposta pelo governo. "Se a articulação política eficiente é ceder sempre em tudo, não é articulação política."

 
“Nós temos a convicção de que esta MP é tão importante para o país, e estamos aí com as principais confederações, setores produtivos do país como um todo colocando a importância. Perdemos neste ano a capacidade de exportação para a China, por exemplo, por falta de condições dos nossos portos despacharem em tempo hábil a mercadoria. É muito importante para o país que a gente vote”, frisou a ministra. 
 
“Não podemos ter filas de caminhões, de navios, aguardando para poder fazer o desembaraço das mercadorias nos portos brasileiros. Nós temos interesses conflitantes. Isto é normal acontecer aqui no Congresso. Tivemos interesses conflitantes na MP do Setor Elétrico. Apesar das divergências, dos debates, nós aprovamos”, completou a ministra. 
 

Moeda de troca

 
Questionado se não causaria nenhum constrangimento no Executivo pressionar o Legislativo por meio de aprovação de verbas (emendas) para os parlamentares, Ideli lidou o tema com naturalidade. Ela disse ser “comum” tratar de emendas parlamentares em épocas de votações importantes. 
 
“Nós tivemos um Orçamento votado com muito atraso. O decreto dando limite saiu há poucos dias. É normal ter liberação de emendas. Agora, não acontecerá nos próximos dias porque não tem nem tempo hábil para operacionalizar já que o decreto saiu há poucos dias atrás. Esta tentativa de vincular emenda (...) é normal acontecer aqui no Congresso”, afirmou. 
 
Emendas parlamentares são recursos do Orçamento da União que os deputados e senadores têm direito e são usadas para demandas dos redutos eleitorais dos parlamentares em seus Estados. A liberação delas depende do Executivo. Nos últimos anos, a liberação das emendas tem sido usada como moeda de trocas em casos de votações no Congresso de interesse do Planalto.