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Após reunião com líderes no Congresso, Ideli diz haver consenso sobre plebiscito

Do UOL, em São Paulo e Brasília

27/06/2013 22h29Atualizada em 28/06/2013 00h02

Após mais de seis horas de reuniões com líderes da base aliada no Senado e na Câmara, a presidente Dilma Rousseff finalizou na noite desta quinta-feira (27) a maratona de consulta sobre a realização de um plebiscito para a reforma política.

Encerradas as reuniões, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que há consenso entre o Legislativo e o governo federal em torno da realização de uma consulta popular para se discutir a reforma.

Plebiscito x referendo

  • Caio Guatelli/Folhapress

    Plebiscito é uma consulta direta ao cidadão em que ele se manifesta sobre um assunto antes que uma lei sobre o tema seja estabelecida. Leia mais
    Referendo é uma forma de consulta ao cidadão sobre um determinado tema. No entanto, ele ocorre quando o povo é chamado a manifestar-se sobre uma lei após ela ter sido elaborada e aprovada pelos órgãos competentes do governo federal. Leia mais

  • Arte/UOL

    Quem é a favor do plebiscito: O governo federal. "É muito importante que o povo opine. A reforma política se arrasta há anos. É necessário que o povo diga qual o sistema que ele quer", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Leia mais
    Quem é a favor do referendo: A oposição ao governo. Os oposicionistas afirmam que o referendo tem maior facilidade de ser colocado em prática porque os temas da reforma são complexos para serem respondidos de forma simplificada pela população em um plebiscito Leia mais

“A manifestação da população tem que ser feita e, por isso, todos os partidos, os líderes, estão convictos de que a consulta popular, a participação, é fundamental, porque se ouve primeiro a população”, afirmou.

Segundo Ideli, com a realização do plebiscito, o Congresso Nacional irá deliberar sobre a reforma política de acordo com os anseios da população. A representante do governo afirmou também que Executivo e Legislativo estão em “unidade” por “ações concretas e rápidas que resultem na melhoria dos serviços públicos.”

Mais cedo, após um primeiro encontro que reuniu Dilma e os presidentes dos partidos aliados, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse acreditar que o Congresso não atuaria contra a vontade do povo, mas que a palavra final será inevitavelmente dos parlamentares.

“O Congresso é a palavra final. A Constituição define que só o Congresso tem competência para fazer a lei eleitoral e qualquer mudança constitucional. O plebiscito baliza e norteia a reforma, mas quem conclui o processo é o Congresso. Mas eu não acredito que, depois que o povo votar e decidir, qualquer partido negue a vontade manifesta", afirmou

Dilma enviará proposta ao Congresso

A presidente da República, Dilma Rousseff, deve enviar ao Congresso Nacional na próxima semana uma proposta de plebiscito sobre a reforma política. A informação foi dada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, no fim da tarde desta quinta-feira (27), depois de participar de uma reunião com Dilma e senadores da base governista.

O vice-presidente da República, Michel Temer, e os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e Ideli Salvatti, também participaram do encontro no Palácio do Planalto.

Renan disse que não houve detalhamento das questões a serem apresentadas no plebiscito. Para ele, o governo vai sugerir e o Congresso vai dar o formato final aos itens. Na avaliação de Renan, um referendo --como tem sido proposto pela oposição-- não “se aplica” ao momento que o Brasil está vivendo. Ele disse que, se o Congresso ainda não conseguiu fazer uma reforma política, não pode submeter “o que não fez” à análise do povo.

Para o presidente do Senado, “o espírito do Congresso” é aprovar o plebiscito. Ele reconheceu que alguns temas da reforma política podem soar complexos para a população, mas avaliou que a campanha na TV e no rádio pode esclarecer o cidadão sobre o assunto. “O plebiscito é importante, pois canaliza a energia que vem das ruas”, disse o presidente.

Encaminhamento

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o modo pelo qual a consulta será feita, assim como o conteúdo, ainda estão em aberto. Ele disse que não houve tempo ainda para discutir as perguntas do plebiscito, mas dois temas surgiram como principais: financiamento das campanhas e sistema eleitoral (forma de votação).

Mercadante afirmou ainda que o governo está aguardando definição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma definição sobre a melhor data para a realização da consulta.

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  • http://noticias.uol.com.br/enquetes/2013/06/27/qual-a-melhor-maneira-de-fazer-a-reforma-politica-no-brasil.js

Procurado pela reportagem do UOL, o TSE informou que a área técnica está preparando um estudo a ser entregue à ministra Cármen Lúcia, presidente do tribunal. Só depois disso é que ela deve se pronunciar, segundo a assessoria do TSE.

Oposição quer referendo

A oposição manifestou-se contrariamente ao plebiscito e defendeu a realização de um referendo posterior à aprovação da reforma política pelo Congresso Nacional.

"Somos favoráveis à consulta popular. Mas não sob a forma plebiscitária do sim ou não. Legislação complexa, como a da reforma política, exige maior discernimento, o que só um referendo pode propiciar", diz a nota assinada por Aécio Neves, presidente do PSDB; José Agripino, presidente do DEM, e Roberto Freire, presidente nacional da Mobilização Democrática (antigo PPS).

O plebiscito ouviria a população antes que o assunto se torne lei; já o referendo ouviria a sociedade depois que a reforma política já tivesse passado pelo Congresso e se tornado lei. “O referendo é um sim ou não ao que está pronto. E o plebiscito é um componente original da proposta na qual o povo participa. Nós vamos disputar na formulação das questões a nossa plataforma”, disse Rui Falcão.

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(Com Agência Senado)