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Líder do PT na Câmara admite racha na base aliada: "viola desafinou um pouco"

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

05/07/2013 14h28Atualizada em 05/07/2013 20h18

Após reunião com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto nesta sexta-feira(5), o líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães (CE), reconheceu que falta união na base aliada do governo federal no Congresso, principalmente com o PMDB.

Reforma eleitoral

  • Arte UOL

    Se o plebiscito fosse hoje, como você votaria?

“A viola desafinou um pouco”, disse. “As votações que tivemos mostram a base desafinada”, acrescentou, sem citar nenhum exemplo. Ele negou, no entanto, que haja uma crise, mas disse que irá trabalhar para evitar que sejam aprovados projetos desfavoráveis ao governo. “Nós discutimos sobre a pauta, que nós não podemos votar tudo aquilo que possa sinalizar um desequilíbrio fiscal no país”.

Anteontem, por exemplo, a Câmara aprovou a extinção da multa adicional de 10% do FGTS para demissão sem justa causa. Esse percentual ficava com o governo. Apenas o PT, PCdoB e PSOL votaram contra a proposta.

Guimarães apressou-se em afirmar que o trabalho para recompor a base já está sendo feito com a realização de diversas reuniões entre os partidos nos últimos dias. “Se consegue [a recomposição] com reunião, reunião, discussão, agenda comum, discussão de projetos de interesse comum.”

Ele negou, porém, que houvesse uma divisão interna no PT e reiterou o apoio ao governo Dilma. Disse ainda que essa situação não preocupa a presidente, que, segundo ele, está com o “astral nas nuvens”. “Essa aparente crise é combustível para darmos essa virada.”

Plebiscito

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP), saiu do encontro dizendo que irá articular com a base do governo para levar adiante o plebiscito com efeitos para 2014.

Ele não quis comentar o vaivém ontem do governo em torno do assunto. Pela manhã, o vice-presidente da República, Michel Temer, informou que não havia condições de fazer a consulta a tempo de valer para as eleições do ano que vem. Depois, à tarde, recuou e, em nota, afirmou que o governo ainda trabalhava com essa possibilidade.

Chinaglia admite, no entanto, que o tempo escasso inviabilizará a realização da consulta popular antes de outubro. “[O tempo] Praticamente tira a chance, mas praticamente não é totalmente.”

Segundo ele, em nenhum momento foi discutida com a presidente a hipótese de se fazer o plebiscito no segundo turno das eleições de 2014, como chegou a ser aventado ontem.