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Líder do PT vê derrota nos royalties como "emblemática" e fala em "repaginar base"

José Guimarães (PT-CE), líder de seu partido na Câmara, durante sessão  - Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
José Guimarães (PT-CE), líder de seu partido na Câmara, durante sessão Imagem: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados

Carlos Madeiro

Do UOL, em Brasília

10/07/2013 22h31Atualizada em 10/07/2013 23h09

Logo após a rejeição dos deputados federais ao texto do Senado que destina royalties para educação e saúde, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reconheceu a derrota, na noite desta quarta-feira (10), como “emblemática” para o governo e afirmou que é hora de "repaginar" a base governista.

“Algo está errado, de cabeça para baixo. É preciso estabelecer nitidez política, estabelecer acordos, ter a identidade se é ou não do governo. A gente precisa dialogar. O que temos que refletir no meu partido, com o PP, PMDB, PTB e outros aliados para repaginar a nossa base aqui nesse momento, até para estabelecer uma certa nitidez aqui dentro”, afirmou, em tom de desabafo.

Guimarães disse que a derrota desta noite é “simbólica” e precisa de uma reação do governo. “Não quero me omitir. Quero discutir com quem tem cargo, com quem não tem, com toda nitidez política. Estou fazendo isso com todo o risco, mas tenho a responsabilidade”, afirmou, sob gritos da oposição de “ameaça não”.

O deputado disse que não tem problemas em “diminuir a base”, mas que quer aliados fieis. “Aqui tem de ser construído maiorias e minorias, dentro de identidades programáticas. Vamos ter que discutir a base. Do jeito que está, não dá”, afirmou.

Guimarães ainda completou, dizendo que os governistas precisam ter ônus e bônus de ser base aliada. “Não se pode ser governo de dia e oposição à noite. É esse tipo de coalização que precisamos ter para rediscutir e garantir a tranquilidade da presidente Dilma. Ou se é governo com ônus, ou não se é governo”, finalizou.

Após cinco horas de discussão, a Câmara Federal rejeitou o projeto de lei que tinha sido aprovado pelo Senado sobre a destinação de 75% dos royalties do petróleo para educação e 25% para a saúde, mas adiou a votação às 23h05 por volta de quórum. Não há data para retorno do projeto à pauta.