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Comentário de Barbosa sobre discriminação no Itamaraty refere-se a "outra era", diz Patriota

Do UOL, em Brasília

30/07/2013 16h06

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, negou nesta terça-feira (30) que o Itamaraty seja uma instituição discriminatória, como apontou o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, em entrevista ao jornal "O Globo" publicada no último domingo.

Patriota: queixa de Barbosa é sobre outra 'era' do Itamatary

"Passei nas provas escritas, fui eliminado numa entrevista, algo que existia para eliminar indesejados. Sim, fui discriminado, mas me prestaram um favor. Todos os diplomatas gostariam de estar na posição que eu estou", disse Barbosa ao jornal. Ele afirmou que o Itamaraty seria uma das instituições "mais discriminatórias" do país. 

"Quanto ao comentário do ministro Joaquim Barbosa, eu creio que ele se refere sobretudo a uma outra era do Itamaraty em que poderão ter ocorrido situações de discriminação. Hoje em dia, o que existe é o esforço de corrigir esse legado da discriminação no Brasil", disse Patriota em entrevista coletiva no Itamaraty.

Barbosa fez concurso para a carreira diplomática, mas, apesar de ter sido aprovado na prova escrita, foi reprovado na fase seguinte.

Segundo ele, o ministério tem feito ações afirmativas, como a concessão de bolsas para facilitar acesso de afrodescendentes.

Patriota afirmou ainda que o ministério tem diversificado a origem dos diplomatas inclusive em termos geográficos. Segundo ele, houve uma época em que a maioria dos diplomatas era proveniente de São Paulo e Rio de Janeiro, mas, na última turma do Instituto Rio Branco, houve um predomínio de mineiros. "Tudo isso vai no sentido da democratização", disse.