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Quero ver patrocinadores de cartel falarem em corrupção, diz presidente do PT

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

13/08/2013 22h02

Em campanha para se reeleger presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), Rui Falcão atacou na noite desta terça-feira (13) a oposição ao governo petista e conclamou os seus correligionários a enfrentar a retomada das discussões em torno do caso mensalão de “cabeça erguida”. O processo volta a ser julgado amanhã no STF (Supremo Tribunal Federal).

“Ninguém mais combateu a corrupção do que os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma [Rousseff]. Eu não quero ver ninguém de cabeça baixa no PT quando vierem falar para nós da ação penal 470”, disse, referindo-se ao processo do mensalão.

Denunciado em 2005, o caso de corrupção dentro do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi julgado durante quatro meses no ano passado e condenou 25 dos 37 réus, que foram considerados pela Suprem Corte responsáveis pelo recebimento e pagamento de propinas por parte do PT a partidos políticos e parlamentares em troca de apoio político.

Ao atacar a oposição, Falcão mencionou o mais recente escândalo envolvendo o PSDB, o suposto esquema de cartel nos contratos do Metrô de São Paulo durante as gestões Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos tucanos. O caso foi denunciado ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pela empresa alemã Siemens.

“Eu quero ver aqueles que patrocinam por mais de 20 anos um cartel virem falar em combate à corrupção”, afirmou Falcão.

Mais cedo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou em entrevista coletiva que, após ter acesso às informações das investigações envolvendo irregularidades em licitações do metrô e da CPTM, "não houve cartel só em São Paulo".

Depois de sua fala, Falcão foi muito aplaudido no auditório do Senado, onde oficializa sua campanha interna na legenda. O evento conta com nomes fortes da legenda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.