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Com pior avaliação em 7 anos, Cabral fala em deixar governo do Rio em março de 2014

Do UOL, no Rio

02/12/2013 13h44Atualizada em 02/12/2013 14h21

No dia em que pesquisa do Datafolha mostra que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), bateu novo recorde de impopularidade, ele comentou, nesta segunda-feira (2), a possibilidade de deixar o cargo em março de 2014, o que abriria espaço para que o vice-governador e colega de partido, Luiz Fernando Pezão, possa governar antes de disputar a eleição do ano que vem. A informação foi confirmada pela assessoria do governo estadual.

Presente na inauguração das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Complexo do Lins, nesta manhã, na zona norte da capital fluminense, Cabral afirmou que "seu nome está à disposição do partido", dando a entender de que não criará empecilho caso o PMDB queira dar visibilidade à candidatura de Pezão.

A legenda também trabalha com a possibilidade de lançar a candidatura de Cabral a uma vaga no Senado.

O governador também comentou o declínio de sua popularidade. De acordo com a Folha de S. Paulo, ele agora amarga a pior avaliação desde que chegou ao poder, há quase sete anos.

“Quem está no governo está sempre sendo analisado. Faz parte do processo democrático. Tem que respeitar a pesquisa e continuar trabalhando. Tá muito longe das eleições. Quem quer trazer o assunto eleitoral é quem não está no governo. Não sou soberbo, sempre falo. Eleição e mineração é depois da apuração", disse.

De cada cinco eleitores do Estado, só um considera seu governo bom ou ótimo, revela pesquisa Datafolha realizada na semana passada. O percentual de satisfeitos com o governo Cabral caiu de 25%, logo após a onda de protestos de junho, para 20%.

A popularidade do governador do Rio despencou 35 pontos percentuais em três anos. Em novembro de 2010, ano em que se reelegeu no primeiro turno, ele era aprovado por 55%.

A nova pesquisa mostra que o índice de eleitores que consideram o governo ruim ou péssimo atingiu 38%. Outros 39% classificam a gestão como regular, e 3% não sabem ou não responderam.

A rejeição a Cabral é maior entre os mais ricos e escolarizados. A cada dois entrevistados com ensino superior, um classifica seu desempenho como ruim ou péssimo. Nesta faixa, a soma de bom e ótimo recua para 16%.

Entre os eleitores com renda familiar acima de dez salários mínimos (R$ 6.780), a reprovação do governo atinge 43%.

As avaliações bom e ótimo somam 19%. Foram ouvidos 1.145 eleitores, e a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou menos.

Garotinho lidera

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, a dez meses da eleição, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) lidera a corrida ao governo do Rio em 2014. Segundo o Datafolha, o ex-governador aparece na frente com 21% das intenções de voto no cenário com os principais pré-candidatos.

Em segundo lugar, com 15%, estão empatados o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), e o senador Lindbergh Farias (PT).

O vereador Cesar Maia (DEM), ex-prefeito do Rio, tem 11%.

Apoiado por Cabral, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) aparece na quinta posição com 5% das intenções de voto.

O deputado Miro Teixeira (PROS) tem 3%. O técnico de vôlei Bernardinho (PSDB) e o ex-deputado Milton Temer (PSOL) têm 2% cada.

Ataques a UPPs

O governador comentou também que os ataques às UPPs de São Carlos (no domingo, 1º), em Manguinhos (na última quarta-feira, 27) e na Rocinha, onde tiroteios foram registrados no sábado (30), são tentativas de retomar territórios.

"É uma tentativa do poder paralelo sempre de enfrentamento e retomar territórios. Cabe a nós respondermos. E temos respondido permanentemente", afirmou Cabral. "E são situações distantes. Gente, não vamos nos iludir. A Rocinha tem 100 mil habitantes. Talvez tenha sido o maior entreposto urbano de venda de droga da América Latina, ao lado do maior poder aquisitivo da cidade. Estamos com a presença permanente lá trazendo enormes prejuízos aos negócios dos traficantes e portanto há uma reação deles. Estamos lá para enfrentá-los."