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MST é "disciplinado" e não tentou invadir STF, diz Gilberto Carvalho

Manifestantes do MST tentaram invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília; ao fundo, o Palácio do Planalto, em fevereiro - Fernanda Calgaro - 12.fev.2014/UOL
Manifestantes do MST tentaram invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília; ao fundo, o Palácio do Planalto, em fevereiro Imagem: Fernanda Calgaro - 12.fev.2014/UOL

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

26/03/2014 18h37

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) negou nesta quarta-feira (26) que os militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que participaram em fevereiro de um protesto na praça dos Três Poderes, em Brasília, tenham tentado invadir o prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) e o Palácio do Planalto.

Segundo ele, “houve um erro estratégico de informação” da Polícia Militar, que confundiu as cruzes de madeira que os sem-terra iriam no ato com cassetetes. Durante o protesto, mais de 30 policiais militares ficaram feridos.

“Não houve tentativa de invasão, porque havia uma combinação e a direção deste movimento é muito disciplinado”, afirmou Carvalho em audiência na Câmara dos Deputados.

Na ocasião, o ministro do STF Ricardo Lewandowski, que presidia a sessão no STF chegou suspender os trabalhos no plenário por quase uma hora. "Fui informado pela segurança que o tribunal corre o risco de ser invadido”, disse Lewandowski.

Segundo Carvalho, no entanto, o magistrado “recebeu uma informação equivocada”.

“Houve um erro estratégico de informação. Acharam que o ônibus estava carregado de cassetete. Quando começaram a entregar as cruzes, o comandante da PM, mal informado, achou que eram porretes”, disse Carvalho.

O ministro desafiou ainda que mostrassem a ele alguma foto ou vídeo que comprovasse a tentativa de invasão.

Os sem-terra realizaram o ato durante a realização de uma feira de agroecologia, que recebeu patrocínio do governo federal.

“É verdade que não concordamos quando invadem fazendas produtivas, mas não podemos deixar de apoiar aquilo que achamos bom, como o agronegócio”, defendeu-se Carvalho.