Para presidente do TCU, compra de refinaria foi "prejuízo para nação brasileira"
O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, afirmou nesta quinta-feira (27) que a compra da refinaria em Pasadena (EUA) pela Petrobras “não foi bom um negócio” e representou um “prejuízo significativo para a nação brasileira”.
Indiretamente, ele ainda rebateu a justificativa dada pela presidente Dilma Rousseff, que à época do negócio era ministra da Casa Civil e presidente do conselho da estatal, de que deu seu aval para a compra baseada em um parecer "falho" e "incompleto". Nardes ponderou que um conselho "deve aprofundar as suas decisões" e acrescentou que o episódio deveria servir de exemplo para não acontecer mais.
A aquisição é investigada pelo TCU, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. A polêmica está no valor da compra. A Petrobras pagou à empresa belga Astra, da qual era sócia na refinaria até então, US$ 1,18 bilhão para adquirir a outra metade da refinaria, valor bem superior aos US$ 360 milhões pagos pela estatal para a compra da primeira metade. Dilma justificou que não sabia de duas cláusulas que acabaram encarecendo o negócio, resultando em prejuízo para a estatal.
“Bem, pode ser que alguma das partes não tenha tido conhecimento, mas um conselho, quando se reúne, tem que tomar as decisões de forma coletiva e aprofundar as suas decisões. Espero que isso sirva como exemplo para que não aconteça mais”, disse Nardes.
Segundo ele, a conclusão do relatório do TCU sobre a compra da refinaria pela Petrobras deverá ser apresentada “com certeza no primeiro semestre”.
“Pelas informações que nós temos me parece que não foi um bom negócio”, afirmou Nardes. “Com certeza, o prejuízo para a nação brasileira foi bastante significativo.”
Ele contou que, no ano passado, se reuniu com a presidente da Petrobras para tratar da compra de Pasadena, mas que no encontro não se falou na existência de um comitê interno da refinaria.
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