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Aécio diz que tentativa do governo de minar CPI é "confissão de culpa"

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

01/04/2014 19h41

Potencial candidato ao Palácio do Planalto, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), atacou nesta terça-feira (1º) a tentativa da base aliada do governo federal de minar no Senado a criação de uma CPI para investigar a Petrobras. Para ele, a atuação dos adversários “é uma confissão clara de culpa”.

“O que a base do governo protagoniza no Senado Federal é uma confissão clara de culpa”, disse.

Segundo Aécio, ninguém da base aliada saiu em defesa da Petrobras, mas apenas tenta impedir que as suspeitas de irregularidades envolvendo a estatal sejam apuradas.

“Não há uma voz aqui da base do governo, do PT, para defender o que foi feito na Petrobras. O que eles querem é utilizar a maioria para tirar da minoria talvez um dos únicos instrumentos que ela tenha, que é o de criar comissões parlamentares de inquérito para apurar denúncias graves”, afirmou.

O requerimento da oposição para instalar a comissão foi lido em plenário na sessão de hoje, passo exigido pelo regimento da Casa para criar CPI.
Em seguida, num embate direto, a base apresentou outro requerimento para uma comissão que, além da Petrobras, investigue as denúncias de formação de cartel nos metrôs de São Paulo e Distrito Federal, o porto de Suape e a operação da refinaria de Abreu e Lima, ambos em Pernambuco, em retaliação à ofensiva liderada pela oposição.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu a crítica de que o requerimento seja uma retaliação e defendeu que os escândalos no metrô, ocorridos em governos sob gestão tucana, também precisam ser investigados.

Nos bastidores, aliados do Planalto trabalhavam para conseguir reverter a situação e convencer senadores a retirarem assinaturas do pedido de CPI –eles podem fazê-lo até as 23h59 de hoje. O mínimo necessário para validar a instalação é de 27.

Costa, porém, reconheceu ser difícil de isso acontecer. “Eu acredito que, até essa altura do campeonato, está mais difícil. Eu acredito que, provavelmente, não haverá retirada de assinaturas nem de uma nem de outra.”