Decisão de afastamento de Vargas foi 'individual', diz Vicentinho
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), negou nesta segunda-feira (7) que o partido tenha pressionado o deputado André Vargas (PR), vice-presidente da Casa, a pedir afastamento do cargo. A decisão, segundo Vicentinho, foi “individual”, mas tem apoio da sigla.
Vargas solicitou a partir de hoje uma licença não-remunerada de 120 dias para poder se defender das acusações de envolvimento com o esquema de lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, preso durante a Operação Lava-jato da Polícia Federal (PF).
“É uma decisão individual dele, pura e simplesmente, que nós respeitamos e apoiamos”, afirmou Vicentinho.
Ele não quis comentar se o episódio seria mais um golpe duro contra o PT às vésperas de uma eleição presidencial.
“O partido não entra nesse mérito. Aconteceu algo que nós, digamos, esperávamos [o afastamento] de um deputado que é vice-presidente da Câmara, membro do maior partido do Brasil. E que, ao tomar uma decisão pessoal, está dizendo o seguinte: ‘Deixe-me defender, quero ter tempo para isso’. Nós respeitamos”, limitou-se a dizer.
Vicentinho não quis comentar se o partido ficava mais confortável com o seu afastamento, uma vez que a presença de Vargas na Câmara, enquanto responde a um processo, poderia gerar ainda mais desgaste à imagem do partido. “Não fica mais, nem menos [confortável], é uma decisão pessoal, cabe à gente respeitar”, disse.
Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), um dos partidos que assinaram a representação contra André Vargas no Conselho de Ética, o licenciamento do deputado não dificultará a condução do processo. “Na prática, do ponto de vista legal, o processo continua. O Conselho de Ética vai analisar as denúncias e o deputado vai ter mais liberdade para se defender.”
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