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PSOL pede que Conselho de Ética apure ligação de deputado com doleiro preso

Bruna Borges e Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

07/05/2014 16h33

O PSOL protocolou nesta quarta-feira (7) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados uma representação contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) por quebra de decoro em razão da sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal acusado de chefiar esquema bilionário de lavagem de dinheiro.

Este é o segundo parlamentar na mira do conselho por conta do envolvimento com Youssef. O primeiro caso é o do deputado licenciado André Vargas (sem partido-PR), que chegou a renunciar ao cargo de vice-presidente da Câmara.

O PPS já havia entrado com pedido de investigação na Corregedoria da Casa contra Argôlo, que tem tentado notificá-lo há alguns dias para abrir processo de investigação.
Segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), informou que irá convocar já para a semana que vem reunião do conselho para iniciar o processo de escolha do relator do processo contra Argôlo, que pode até terminar na cassação do mandato parlamentar.

A escolha do relator será feita por Izar a partir de uma lista tríplice eleita pelos demais integrantes do conselho. Não poderão concorrer parlamentares do mesmo partido nem do mesmo Estado do representado e da legenda que apresentou a representação.

A primeira tarefa do relator será fazer um parecer preliminar a favor ou contra a continuidade do processo.

“A admissibilidade [do processo no relatório preliminar] é quase certa porque o caso é similar ao de Vargas. A denúncia é muito grave. Só o fato de ele não estar sendo encontrado pela Corregedoria revela que a situação é difícil e indefensável”, afirmou Alencar.

A representação do PSOL se baseia em reportagens publicadas na imprensa que apontam o envolvimento do parlamentar com Youssef. A revista “Veja” veiculou mensagens trocadas entre os dois que revelariam o repasse de dinheiro a Argôlo.

No jornal “Folha de São Paulo”, reportagem aponta que Youssef pagou dois caminhões de garrotes para Argôlo.