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Ex-presidente da Petrobras cancela ida à Câmara para falar sobre Pasadena

Do UOL, em Brasília*

14/05/2014 11h47

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli informou na manhã desta quarta-feira (14) à Câmara dos Deputados que não virá à audiência marcada para amanhã . Ele era esperado para explicar a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela estatal.

Gabrielli alegou que vai esperar o início dos trabalhos de investigação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras para dar explicações no Congresso, pois afirma que o colegiado, certamente, vai querer ouvi-lo sobre assunto.

No início de abril, Gabrielli afirmou que a compra de Pasadena foi, na época da compra (2006), "um bom negócio".

A versão de Gabrielli sobre a aquisição da refinaria contrasta da fornecida pela atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Em audiências na Câmara e no Senado, a executiva admitiu que a compra de Pasadena “não foi um bom negócio”.

Ela também afirmou que a compra da refinaria foi um negócio de “baixo retorno” analisando o cenário do mercado de petróleo e gás atual, mas “potencialmente bom” na época da aquisição dos 50% iniciais da belga Astra Oil.

Presidente da Petrobrás à época da compra da refinaria de Pasadena, em 2006, Gabrielli admitiu em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" sua parcela de responsabilidade no polêmico negócio, mas dividiu o ônus com a presidente Dilma Rousseff.

Segundo Gabrielli, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi "omisso" ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que era ministra da Casa Civil e presidia o conselho, "não pode fugir da responsabilidade dela".

O ex-presidente da Petrobras havia sido convidado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. A audiência seria realizada em conjunto com a Comissão de  Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.

A compra da refinaria é alvo de investigação da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público por suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas. É também um dos pontos mais debatidos no Congresso no último mês em um embate entre governo e oposição sobre a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Petrobras.

No Congresso Nacional funcionarão duas CPIs para apurar as denúncias de irregularidades envolvendo a estatal. Uma composta apenas por senadores e outra que também participam deputados. A instalação da CPI do Senado foi articulada pelo governo para tentar esvaziar a comissão mista, que é defendida pela oposição. (Com Agência Câmara)