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Após protesto de servidores, chanceler diz que melhorará carreira diplomática

O diplomata Mauro Luiz Iecker Vieira, novo ministro das Relações Exteriores do Brasil - Alan Marques - 12.nov.2009 /Folhapress
O diplomata Mauro Luiz Iecker Vieira, novo ministro das Relações Exteriores do Brasil Imagem: Alan Marques - 12.nov.2009 /Folhapress

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

02/01/2015 18h42

O novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta sexta-feira (2) que irá tentar fortalecer e aprimorar a progressão da carreira diplomática.

Vieira foi o último ministro nomeado por Dilma em sua reforma ministerial e assume o Itamaraty em meio a uma crise de orçamento apertado e servidores descontentes. No final do 2014, um grupo de funcionários do ministério fez um buzinaço em protesto contra o atraso de do pagamento de auxílio-moradia de funcionários que trabalham no exterior durante um almoço do então chanceler Luiz Alberto Figueiredo com embaixadores. Em resposta à crise, Vieira hoje afirmou que irá trabalhar para reformular a carreira diplomática durante seu primeiro discurso como ministro.

“Quero afirmar aqui o meu compromisso com o aprimoramento e a modernização dos métodos de trabalho no Itamaraty, com o fortalecimento e aprimoramento da carreira diplomática e as demais carreiras do serviço no exterior”, afirmou o novo ministro.

Ele afirmou também que irá dialogar com os servidores para encontrar soluções práticas para os problemas que são específicos do serviço exterior. "Quero transmitir uma palavra especial aos colegas do serviço no exterior que se encontram por todo mundo sobre as trincheiras da diplomacia e muitas vezes sob a pressão de imensas dificuldades e sentindo-se distantes. Buscarei apoia-los em tudo que estiver ao meu alcance para que possam enfrentar os desafios materiais que vivem os postos no exterior." 

“As questões centrais de seleção, formação, progressão funcional, remuneração, circulação entre os postos e aperfeiçoamento profissional da carreira precisam ser enfrentados à luz dos objetivos e do alcance da política externa com o propósito de preservar e valorizar o extraordinário capital humano e dele extrair o melhor rendimento para o conjunto da sociedade”, disse.

Vieira também cobrou o que chamou de "diplomacia de resultados". “Não basta estarmos presentes no mundo, é preciso sermos atuantes. O valioso simbolismo da presença não pode substituir uma diplomacia de resultados, que se mede com números, com ação, engajamento”, defendeu o novo ministro.

O ministro destacou ainda a necessidade de uma reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em referência à reivindicação de uma cadeira permanente do Brasil no colegiado.

Novo secretário-geral

O ministro também anunciou como secretário-geral da pasta o embaixador Sérgio França Danese. Este é o segundo cargo mais importante do ministério.
Danese era Subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior e pertence ao Itamaraty desde 1981 e tem uma longa carreira diplomática.

O embaixador Danese também foi assessor do Chefe do Departamento das Américas do Itamaraty (1981-1985), assessor da Assessoria Diplomática da Presidência da República (1985-1987), assessor do Secretário-Geral das Relações Exteriores (1992-1993), secretário-geral da Delegação brasileira à Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), porta-voz do Ministro do Meio Ambiente (1993-1994), assessor especial e porta-voz do Ministro da Fazenda (1994), conselheiro político e porta-voz do ministro de Relações Exteriores (1995-1998) e chefe da Assessoria special de Assuntos Federativos e Parlamentares do Ministério das Relações Exteriores (2009-2012).