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Deputados do PMDB e da oposição comemoram possível saída de Graça; PT silencia

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

03/02/2015 15h03Atualizada em 03/02/2015 18h36

Os rumores sobre a demissão da presidente da Petrobras, Graça Foster, foram comemorados por parlamentares da oposição e do PMDB, enquanto líderes do PT preferiram o silêncio. Segundo reportagem publicada pela "Folha de S. Paulo", Graça Foster já teria sido comunicada de sua saída e o Palácio do Planalto já iniciou o processo de seleção para o próximo ocupante do cargo. A Petrobras é investigada por desvios de recursos públicos em licitações fraudulentas. O Planalto nega a demissão.

Para o deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA), a saída de Graça, se confirmada, chegou tarde. “Veio [a saída] tarde. Ela bloqueava as investigações ao ponto de algumas vezes em que ela esteve no Congresso, chegou a defender a compra da refinaria de Pasadena [nos EUA], e não reconheceu irregularidades. Ela se transformou numa presidente desacreditada e sem condições para recuperar  a credibilidade da empresa”, afirmou.

Para o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (DEM-PE), a saída da executiva "demorou demais". “Na verdade, a oposição cobrava da presidente Dilma há muito tempo. Ela resistia e resistia até hoje. Felizmente, é a primeira medida que atendeu ao que pensa o mercado e o que deseja a sociedade. A presidente Graça foi, pelo menos, negligente”, disse Mendonça Filho.

Entre o PMDB, partido que compõe a base aliada do governo, deputados comemoraram a saída de Graça Foster. “Essa atitude já devia ter sido tomada há algum tempo atrás. Porque a instituição perdeu muito. Temos consciência de que a renovação da diretoria poderia ter evitado o caos que se estabeleceu”, afirmou o deputado federal Manoel Júnior (PMDB-PB).

Para o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ), a medida foi adequada. “Eu acho que foi adequada. Se [sic] cobrava até pra se restabelecer a credibilidade da Petrobras, que é uma empresa de credibilidade, não por nenhuma desconfiança, mas que houvesse uma demonstração de virada de página”, afirmou.

Entre os petistas, cuja coordenação da bancada na Câmara se reuniu nesta terça-feira (3), a eminente saída de Graça Foster não foi comentada. O líder do PT na Câmara, Vicentinho (PT-SP), preferiu não falar sobre o assunto. “Nós não abordamos este assunto (na reunião) e não entraremos neste assunto porque isso cabe ao governo”, disse.

Já o novo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que a Petrobras tem dado "exemplos de crescimento". "A Graça faz um extraordinário trabalho à frente da Petrobras", disse o petista.