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PRE quer cassar governador do PI por caixa 2 e troca votos por dentadura

Governador do Piauí, Wellington Dias (PT), durante a campanha - Divulgação
Governador do Piauí, Wellington Dias (PT), durante a campanha Imagem: Divulgação

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

12/02/2015 20h56

A PRE (Procuradoria Regional Eleitoral) pediu na Justiça a cassação do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), por supostos crimes eleitorais cometidos durante a campanha de 2014. Entre as acusações estão a prática de caixa 2, abuso de poder econômico, uso indevido de servidores e verbas do Senado e até entrega de dentaduras a eleitores em troca de votos. A ação tramita no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Piauí.

Segundo a procuradoria, a cassação foi pedida com base em operações policiais deflagradas às vésperas da eleição de outubro, quando foram apreendidas “vastas somas de dinheiro em espécie, cheques, materiais de campanha dos réus, listas com nomes de eleitores e seus respectivos títulos eleitorais, zonas e seções de votação etc.”

A ação pede, além da cassação do diploma, a aplicação de multa e declaração de inelegibilidade de Dias e de sua vice, Margarete Coelho (PP).

O esquema

A Procuradoria Eleitoral informou que, às vésperas da eleição, foram apreendidos R$ 449 mil, "recursos que não transitaram pelas contas específicas de campanha".

Foram apreendidos pela polícia R$ 180 mil no município de Barreiras (BA), R$ 155 mil em Oeiras (PI), R$ 52,3 mil em Pau D'Arco (PI), R$ 41 mil em Teresina, R$ 11 mil em Conceição do Canindé (PI) e R$ 10 mil em Corrente (PI).

Na ação, a procuradoria afirma que os chefes políticos compraram votos e ofereceram vantagens a eleitores, o que configuraria “abuso do poder político mediante o uso da máquina administrativa”. 

Além disso, assegura que houve utilização de servidores e verbas do Senador Federal em atividades de campanha eleitoral.

“Os réus engendraram um esquema de cooptação de lideres políticos nos municípios piauienses para a compra de votos, o que se extrai dos documentos apreendidos, a denotar a farta distribuição de dinheiro e outras benesses [prótese dentária, por exemplo] em troca de votos; e que o propósito do esquema de distribuição de 'vantagens' era angariar votos para Wellington Dias e Margarete Coelho”, afirma a procuradoria na ação.

No último dia 3, o Diário Eletrônico do TRE do Piauí trouxe despacho desembargador Joaquim Dias de Santana Filho determinando a notificação de Dias para que apresente defesa e autorizando a “apuração das transgressões concernentes à Lei nº 9.504/1997". 

A reportagem do UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa de Wellington Dias na manhã desta quinta-feira (12), mas até a publicação desta reportagem não recebeu resposta ou qualquer previsão de retorno.