Protesto em Brasília tem dublê de Dilma e defendores da monarquia
Montado em uma bicicleta avaliada em pelo menos R$ 6.000, o empresário Valdir Alarcão, 50, decidiu aderir ao protesto em Brasília deste domingo (12) para garantir um futuro melhor aos filhos, que moram nos Estados Unidos.
“Eles estão acabando com a família brasileira, apesar que meus filhos moram nos Estados Unidos. Mas eu tenho que pensar num futuro melhor para nossos filhos”, afirmou o empresário do setor de tecnologia.
Valdir Alarcão é um dos 25 mil manifestantes que, segundo a PM, compareceram aos protestos organizados por redes sociais contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo. O alvo principal de suas críticas é o governo do PT.
“Esse Brasil está vergonhoso. Esse roubo do PT, esse petrolão (...) o empresariado está sendo lascado por conta disso. Acabaram com a melhor empresa do nosso país”, afirmou.
Valdir diz participar de um grupo chamado "Brasil Mobilizado", que organiza e ajuda na realização de protestos contrários ao governo.
Segundo ele, que é contra a intervenção militar, a ida do povo às ruas pode mudar o cenário político brasileiro. Não sou a favor da intervenção militar. Acho que não é por aí. Acho que o povo na rua, aí nós tiramos eles com o povo na rua”, disse.
É nesse ponto (intervenção militar) que Valdir e a funcionária pública Ana Paula Fernandes discordam. Ana Paula ficou conhecida neste domingo como “Bandilma”, uma personagem que ela criou para parodiar a presidente Dilma.
Com um vestido vermelho, colar de pérolas (bijouteria) e uma peruca, “Bandilma” ganhou notoriedade e chegou a discursar no trio elétrico do movimento que pedia a intervenção militar.
“Não temos mais homens de bem pela política. Não temos a quem recorrer. O Brasil não tem mais esquerda e nem direita. O Brasil é tudo um balaio só. Eles todos comem no mesmo prato. O povo não aguenta mais”, afirmou Ana Paula, justificando sua opção pela intervenção militar.
Questionada sobre se ela teria medo de não poder mais protestar contra o governo em uma eventual ditadura militar, ela disse que isso não aconteceria com ela. “Eles cercearam a liberdade de quem era baderneiro. A verdade é essa. De quem estava querendo tocar fogo e roubando banco e sequestrando diplomata e fazendo todo tipo de bandidagem no Brasil”, afirmou.
A poucos metros do edifício do Ministério da Agricultura, um professor de história defendia uma agenda completamente diferente. Tiago Castro Dorea de Menezes, 35, defende o retorno da monarquia. Segundo ele, a República nunca “funcionou” no Brasil. “Analisando a história da República, a República nunca funcionou. Começou com uma ditadura militar, depois oligarquia do café-com-leite e depois a ditadura do Getúlio”, afirmou.
Tiago afirma que durante o período em que o Brasil foi governador por um imperador (entre 1822 e 1889), o país teve mais estabilidade. Ele defendeu a tese de que os países mais democráticos do mundo são, na verdade, monarquias. “Veja a Noruega, o Reino Unido. O Brasil era um país estável naquela época”, afirmou.
Nem mesmo o aparente desinteresse de alguns integrantes da família real em voltar ao poder desestimula o professor. “O ramo de Vassouras (um dos braços da Família Real) tem interesse, sim”, afirmou.
Apesar da diversidade de pautas e reivindicações, nenhuma ocorrência grave foi registrada pela PM durante as manifestações deste domingo (12) no Distrito Federal.
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