Mendes Júnior viveu auge entre 1970 e 1990 com obras internacionais
Carlos Madeiro
Colaboração para o UOL, de Maceió
08/03/2016 20h48
Um dos nomes mais fortes na área de construção civil brasileira, a construtora Mendes Júnior ficou marcada por levar a marca brasileira a obras internacionais. A empresa viveu seu auge nos anos 1970 e 1990, participando de grandes obras no país e em países de três continentes, mas vinha perdendo fôlego até chegar ao pedido, nesta terça-feira (8), de recuperação judicial.
Segundo o ranking de construtoras de 2015, da revista "O Empreiteiro", a empresa aparecia apenas como a 12ª em faturamento em 2014, com receita de 1,6 bilhão (em valores atualizados pelo IPCA). O patrimônio líquido da empresa chegava a R$ 400 milhões (também em valores atualizados), o que não a fez figurar na lista das 20 maiores brasileiras.
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Ao longo dos últimos 10 anos, a empresa vem se marcando por manter o patrimônio estável, sem figurar na lista das 10 que mais faturaram no país. A última vez em que figurou no top-10 foi em 2010, quando faturou R$ 2,2 bilhões em valores corrigidos.
De Minas para o mundo
A construtora Mendes Júnior foi fundada em 1953, em Belo Horizonte, e já teve como cartão de visitas participar da construção da hidrelétrica de Furnas, inaugurada em 1960. A partir de 1966, com o período de investimentos em industrialização e infraestrutura no país, atuou em obras no Sudeste.
Nos anos 1970 viveu o momento mais marcante de sua história nacional, com a participação na construção da ponte Rio-Niterói, da rodovia Transamazônica e da Hidrelétrica de Itaipu.
Mas a empresa se notabilizou mesmo por obras em outros países. Em 1975, a empreiteira assinou o maior contrato da África à época e construiu a principal rodovia da Mauritânia, com 600 quilômetros entre capital, Nouakchott, e maior pólo industrial do país, Kiffa. A obra durou quatro anos.
Em 1978, iniciou a construção da Ferrovia Baghdad-Akashat-Alqaim, que liga três cidades do Iraque. No país, fez obras como rodovias e uma estação de bombeamento no rio Eufrates. Naquela época, cerca de 10 mil trabalhadores brasileiros chegaram a morar e atuar nas obras no país.
Em 1994, foi a primeira assinar um contrato de construção na China. A obra foi a barragem e a montagem eletromecânica do vertedouro da Usina Hidrelétrica de Tianshengqiao – a maior barragem de concreto da Ásia, segundo a empreiteira.
Nos anos 1990, a Mendes Júnior também encampou obras marcantes no Chile (chegou em 1989 ao país), como os projetos do metrô de Santiago e a barragem de Puclaro, por exemplo.