Suplente de Delcídio diz que não votará impeachment na quarta-feira
Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
10/05/2016 21h46
Suplente do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o empresário Pedro Chaves (PSC-MS), afirmou que não vai votar na sessão do Senado que decide nesta quarta-feira (11) sobre a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Chaves vai assumir o cargo no Senado após a cassação do mandato de Delcídio ser decidida pelo voto de 74 senadores na noite desta terça.
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À reportagem do UOL, Chaves afirmou que ainda não tem opinião definida sobre o processo contra a presidente Dilma.
Mas o fato relevante para que ele não vote a admissibilidade do impeachment no Senado, segundo o empresário, é a demora no cumprimento dos trâmites administrativos para que ele assuma a cadeira no Senado, o que deve ocorrer apenas na quinta-feira, segundo ele.
“Quero primeiro conhecer bem os autos”, disse Chaves. “Eu também não me sentiria confortável [de votar na quarta-feira]. Porque preciso me aprofundar no processo”, afirmou.
Nesta quarta, o Senado decide se abre processo contra Dilma e inicia de fato a fase de investigação do impeachment. Se aprovado em plenário, o ato marca o afastamento da presidente do cargo, por 180 dias ou até o fim do julgamento no Senado, e o ponto a partir do qual o vice, Michel Temer (PMDB), assume a Presidência interinamente.
Pedro Chaves afirmou que deve vir a Brasília na quinta-feira. Ele disse que após a decisão do Senado recebeu uma ligação do presidente do PSC, pastor Everaldo Pereira, que lhe deu os parabéns pelo futuro cargo, mas não entrou em detalhes sobre questões políticas.
O PSC tem adotado posição favorável ao impeachment, mas Chaves afirma que fará um julgamento independente da questão.
O suplente diz ter visto as notícias sobre as acusações contra Delcídio com “perplexidade”, e conta que mantinha um relacionamento “amistoso” mas não próximo com o ex-senador. Eles se conheceram por causa da atuação de Chaves no ramo da educação no Mato Grosso do Sul. Delcídio chegou a dar algumas palestras nas escolas do empresário.
“Óbvio que não gostaria que fosse nessas circunstâncias”, diz Chaves sobre o motivo que o levou ao Senado.