Dá para passar pela crise econômica sem cortar o Bolsa Família, diz Dilma
Em mais um bate-papo virtual no Facebook nesta terça-feira (7), a presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), conversou sobre investimentos em programas sociais, como o Bolsa Família, e voltou a criticar o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB).
Na avaliação de Dilma, a gestão em exercício cortará investimentos na área social. "O que nos espanta é que, na hora de cortar gastos, a única área que entra em pauta é a social. Para o governo provisório, o social é variável de ajuste fiscal", afirmou ela, que estava com a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello.
A presidente afastada defendeu que "o país pode passar por essa crise sem cortar o Bolsa Família", que, segundo ela, beneficia 47 milhões de pessoas com investimento equivalente a 0,47% do PIB.
"É um programa muito barato. Isso deveria ser impensável, ainda mais em um momento de crise, que é quando as famílias mais precisam de proteção", declarou.
No dia 18 de maio, também em bate-papo com Tereza Campello, Dilma já havia afirmado que eventuais cortes no Bolsa Família representariam um "retrocesso". "É claro que se houver corte no programa há o risco de voltarmos ao passado. É com orgulho que podemos dizer que nasceu no Brasil a primeira geração de crianças livre da fome e na escola", disse ela, na ocasião.
Dilma fazia referência à possibilidade de Temer decretar mudanças no programa. O assunto parece controverso no governo do peemedebista. Ele já afirmou publicamente que manterá o Bolsa Família.
No entanto, no documento "A Travessia Social", o PMDB defende a "focalização" do programa na faixa dos 5% mais pobres do país, o que representaria uma redução de sua abrangência.
O novo ministro de Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, afirmou ser necessário "oportunizar a saída" para beneficiários do programa Bolsa Família.
"As pessoas têm que ter renda e não pode ser objetivo de vida viver só do Bolsa Família e o que está acontecendo é isso", disse durante sua posse. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou que os programas sociais serão mantidos, mas passarão por forte avaliação.
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