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"Surpresa", prefeita "ostentação" reassume cargo em Bom Jardim (MA)

A prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite da Silva (sem partido), reassume o cargo em sessão na Câmara de Vereadores Imagem: Blog do Luis Pablo

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

09/08/2016 18h41

Afastada há quase um ano, a prefeita de Bom Jardim (MA), Lidiane Leite da Silva (sem partido), reassumiu o cargo durante sessão na Câmara de Vereadores, no final da manhã desta terça-feira (9). Durante a posse, Lidiane destacou várias vezes que o resultado da decisão judicial foi uma “surpresa” e que ela é inocente das acusações. 

Lidiane é suspeita de fraudes em licitação e desvio em recursos de merenda escolar. Ela que ficou conhecida como "prefeita ostentação" por postar fotos nas redes sociais em festas de luxo e com roupas caras. Lidiane nega as acusações.

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O retorno de Lidiane ocorreu após a Justiça Federal acatar pedido, em caráter de liminar, para remoção de medidas cautelares restritivas que proibiam acesso dela aos prédios da prefeitura e Câmara de Vereadores. Nesta segunda-feira (8), o juiz federal José Magno Linhares considerou desnecessárias as medidas cautelares que restringiam o acesso de Lidiane aos prédios municipais.

A Justiça autorizou a modificação do domicílio de Lidiane, de São Luís para Bom Jardim, e liberou-a do uso de tornozeleira eletrônica, beneficiando-a para o regime de recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 6h.

O pedido de Lidiane foi baseado em ofício da Câmara de Vereadores de Bom Jardim informando que ela deveria ser reempossada ao cargo. O presidente da Câmara de Vereadores, Arão Silva (PTC), explicou que Lidiane foi afastada do cargo irregularmente.

Segundo Silva, o decreto da perda de mandato de Lidiane, de número 06/2015, foi assinado apenas por um vereador. A câmara analisou a documentação e decidiu, em sessão extraordinária, ocorrida na semana passada, a revogar a decisão que decretou a perda de mandato de Lidiane.

Surpresa

Além de repetir várias vezes que estava "surpresa", em seu discurso, a prefeita prometeu colocar as contas municipais em dia e efetuar os pagamentos de salários e de fornecedores que estariam atrasados.

“Estou feliz de estar de volta, de poder vim até Bom Jardim porque eu estava proibida. Eu não podia vir aqui, eu estava usando tornozeleira e vocês têm conhecimento disso, aliás o Brasil todo tem conhecimento disso. Então, estou muito feliz de está de volta, provando minha inocência, ganhando minha liberdade”, disse Lidiane, durante seu discurso de posse.

Quase um ano afastada

A prefeita de Bom Jardim (MA) em imagem reproduzida nas redes sociais antes de sua prisão Imagem: Arquivo pessoal/Facebook
Lidiane estava afastada da prefeitura de Bom Jardim desde o dia 20 de agosto de 2015, quando fugiu da cidade para não ser presa pela Polícia Federal durante a operação Éden.

Na ocasião, a polícia tentou cumprir três mandados de prisão expedidos pela Justiça contra ela, contra o ex-marido e ex-secretário de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, e contra o ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva.

Santos e Silva foram presos, mas obtiveram habeas corpus no dia 25 de setembro e respondem pelos crimes em liberdade. Já Lidiane ficou 39 dias foragida até se entregar na superintendência da Polícia Federal de São Luís no dia 28 de setembro. A prefeita foi libertada após determinação de não se ausentar da comarca de São Luís e usar de tornozeleira eletrônica para cumprir a medida cautelar. Ela também foi proibida de entrar na prefeitura, prédios das secretarias e da Câmara de Vereadores.

A vice-prefeita de Bom Jardim, Malrinete Gralhada (PMDB), assumiu interinamente a administração municipal no dia 28 de setembro, seguindo liminar da 2ª Vara da Comarca de Bom Jardim.

Desvios

O grupo foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estado) por desvio de recursos no valor de R$ 15 milhões destinados à educação. Investigações apontaram que os alunos das escolas municipais eram dispensados mais cedo das aulas por falta de merenda.


Lidiane ficou conhecida por ostentar suposta riqueza em eventos na cidade e nas redes sociais, posando para fotos de viagens, festas, carros e roupas caras - em 2012, ao se candidatar à prefeitura, ela declarou à Justiça Eleitoral que não possuía bens.

A defesa de Lidiane alegou que ela teria recursos próprios para justificar a vida de luxo e negou que ela usou qualquer recurso o público em benefício próprio. O salário de R$ 12 mil que ela ganhava enquanto prefeita, os bens deixados pelo ex-marido e um "namorado rico" explicariam a mudança de status social dela.

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