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Investigado por tráfico e ligação com PCC, prefeito toma posse em Embu das Artes

Após dois meses foragido, prefeito eleito toma posse e segura a chave da cidade - Prefeitura de Embu das Artes/Divulgação
Após dois meses foragido, prefeito eleito toma posse e segura a chave da cidade Imagem: Prefeitura de Embu das Artes/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

12/02/2017 14h01

Investigado por ligação com o tráfico de drogas e com o crime organizado, o prefeito eleito de Embu das Artes, Ney Santos (PRB), tomou posse neste domingo (12) na Grande São Paulo. A cerimônia festiva aconteceu 42 dias depois da data prevista porque ele foi alvo de um mandado de prisão por dois meses, período em que foi considerado foragido.

Um pedido de habeas corpus concedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última quarta-feira (8) suspendeu a ordem de prisão determinada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 9 de dezembro.

Na ocasião, ele foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo de participar de um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e que envolveria postos de combustíveis. Uma operação policial tentou deter Santos e outras 14 pessoas em dezembro, mas o prefeito eleito não foi encontrado. Por isso, era considerado foragido até a concessão do habeas corpus.

Aliado ao PMDB e ao PSDB, ele arrecadou mais de R$ 1 milhão na campanha eleitoral de 2016, quase cinco vezes mais que o petista Geraldo Cruz, que teve a candidatura impugnada por uso indevido de meio de comunicação.

Por procuração, Santos foi diplomado prefeito no dia 18 de janeiro. O vice-prefeito Peter Calderoni (PMDB) assumiu o cargo em 1º de fevereiro. Na última quinta-feira (9), Santos reapareceu publicamente e passou a administrar o município. Caso ele não tomasse posse em um período de dez dias, o cargo poderia ser declarado vago.

Outras acusações e prisão

Santos era vereador e presidia a Câmara Municipal de Embu das Artes no ano passado. Na eleição municipal de 2012, ele foi acusado de compra de votos.

Em 2010, quando se candidatou a deputado federal pelo PSC, foi investigado pela Polícia Civil por suspeita de usar 15 postos de combustíveis, uma organização não-governamental e uma empresa para lavar dinheiro do crime organizado e financiar sua campanha.

Entre 2003 e 2006, ele esteve preso por suspeita de envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Durante a última campanha eleitoral, a assessoria de Santos disse ao UOL que as acusações contra ele não foram provadas e eram ataques dos adversários políticos. (Com Agência Brasil)