Raquel Landim

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Reportagem

Bolsonaro articula com entorno de Trump e racha defesa no pré-denúncia

Assessores de Jair Bolsonaro estão se articulando com o entorno do mandatário americano Donald Trump no aguardo da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e o movimento provocou um racha na defesa do ex-presidente no Brasil.

A live em que Bolsonaro voltou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pegou de surpresa a equipe jurídica, comandada pelo advogado Celso Vilardi.

A transmissão foi organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente.

Conforme apurou a coluna, Eduardo está em estreito contato com os americanos e, dependendo do tom da denúncia contra Bolsonaro, a expectativa é que isso possa gerar uma reclamação de Trump.

Na live, Bolsonaro acusou, sem provas, o TSE de receber recursos do exterior a fim de fazer campanha para que os jovens de 16 anos tirassem título de eleitor.

O apelo está coordenado ao que vem fazendo o bilionário Elon Musk nas redes ao dizer que a Usaid (agência americana utilizada para fomento de projetos no terceiro mundo e fechada por Musk) financiava campanhas eleitorais em outros países.

O movimento do grupo ligado a Eduardo já havia começado na sexta-feira quando o ex-presidente se reuniu com o enviado especial para a liberdade de expressão da OEA (Organização dos Estados Americanos), Pedro Vaca Villarreal.

Bolsonaro saiu do encontro animado de que haveria um "relatório sincero" sobre a situação brasileira e o que o ex-presidente considera os abusos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Para o grupo de Eduardo, não adianta ser "bonzinho", porque o STF não vai fazer um julgamento justo e o melhor é pressionar politicamente por meio dos Estados Unidos.

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Já a equipe comandada por Vilardi está preocupada. A defesa pretende fazer uma argumentação técnica e uma estratégia de pacificação junto ao Supremo.

Eles também não acreditam que os ministros do Supremo sejam suscetíveis a qualquer tipo de pressão vinda dos Estados Unidos.

Em novembro do ano passado, Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal por golpe de Estado. Advogados e políticos estão na expectativa da denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pode sair nos próximos dias.

Procurado, Vilardi não deu entrevista. Eduardo Bolsonaro também não retornou as ligações.

Reportagem

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