Após votação, Maia diz que assessores de Temer foram "truculentos"
Após rejeição da denúncia contra Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (2), o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reclamou da ação “truculenta” e “desrespeitosa” de assessores do peemedebista quando o democrata era cotado como sucessor no Planalto.
“De fato, em torno do presidente, houve uma relação muito ruim comigo, muito desrespeitosa, mas o tempo vai resolver isso”, disse Rodrigo Maia. "Um processo como esse, que nunca tinha acontecido no Brasil, é um aprendizado. Mas não posso negar que atos de alguns assessores do presidente foram muito truculentos, muito duros contra a minha pessoa. Um deputado que sempre foi leal ao governo, que foi desconvidado para ser líder do governo e mesmo assim continuou votando com o governo, foi eleito presidente da Câmara na primeira eleição, apesar do governo, com a construção que fiz aqui na Câmara dos Deputados. Na segunda, com o apoio do governo. Eu nunca esperei que o entorno do presidente fosse jogar tão baixo comigo. Isso eu não posso deixar de falar. Mas eu tenho certeza que o tempo resolve todos esses problemas. O mais importante é que a Câmara dos Deputados tem um protagonismo enorme na agenda de reformas e esse é o desafio que eu assumi", completou, em entrevista para a Globo News.
Caso a denúncia fosse aprovada na Câmara, seguiria para o ST (Supremo Tribunal Federal), onde os 11 ministros decidiriam por abrir ou não investigação contra o presidente. Em caso positivo, Temer seria afastado por 180 dias, e Rodrigo Maia assumiria a Presidência da República interinamente.
Apesar da vitória de Temer, Maia vê com cautela o resultado da votação da denúncia. O presidente da Câmara afirmou que o governo ainda não tem todos os 308 votos para aprovar a Reforma da Previdência, e para isso precisará reunificar o PSDB na base do governo.
“Se olhar para trás, três ou quatro semanas atrás, foi um ótimo resultado, mas se olhar para o futuro foi ruim. O Brasil precisa das reformas, o Brasil precisa reduzir os gastos do Estado, e isso se faz com emendas de Constituição, começando pela Previdência, e com 260 votos a gente não faz", analisou Maia.
"Precisamos reorganizar aqueles que são a favor. Temos um papel fundamental com o PSDB. Precisamos do partido unido, junto com o governo nessas reformas no Congresso para que a gente possa sonhar com essa votação que é muito importante. A votação da reforma da Previdência vem para acabar com privilégios, e é isso que a gente precisa fazer no Brasil, para fazer isso precisa de 308 votos. Olhando para trás, um resultado que o governo não esperava”, disse.
Entre as justificativas dadas pelos deputados nesta quarta-feira ao votarem pela rejeição da denúncia, muito se falou sobre garantir a estabilidade econômica do país e, principalmente, permitir ao presidente Temer dar prosseguimento às reformas.
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