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Ministro do PSDB diz que consequências a favoráveis à denúncia virão com 'naturalidade'

Sérgio Lima - 27.mar.2014/Folhapress
Imagem: Sérgio Lima - 27.mar.2014/Folhapress

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

15/08/2017 11h47Atualizada em 15/08/2017 14h31

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), afirmou nesta terça-feira (15) que as consequências aos deputados federais que votaram a favor da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), no dia 2 deste mês, virão com “muita naturalidade”.

“Foi uma votação em que o parlamentar fez uma opção em votar a favor ou contra o afastamento do presidente da República. Foi uma opção que cada deputado teve. Isso a gente absolutamente respeita a opção de cada um [...] De maneira que cada um tomou sua decisão e agora cabe as consequências que virão com muita naturalidade”, declarou.

Nos últimos dias, o Planalto estuda como punir os deputados da base aliada que não votaram contra a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no plenário da Câmara. O resultado final foi de 263 votos contra a peça, 227 a favor, 19 ausências e 2 abstenções. O governo precisava de ao menos 172 votos contra a denúncia para que não ela fosse encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A maior parte dos partidos que pressionam o Planalto pela exoneração de indicados de aliados que “traíram” o governo integra o chamado Centrão, siglas de menos força política, mas expressivas em quantidade de parlamentares. Segundo líderes do grupo, a recompensa pela fidelidade deles na votação não está sendo satisfatória. Alguns, inclusive, passaram a defender a saída do ministro Antonio Imbassahy.

Por enquanto, o Planalto prefere não mexer nos titulares de ministérios, mas só fazer trocas no segundo e terceiro escalões do governo.

Atualmente, o PSDB conta com quatro pastas na Esplanada dos Ministérios: Secretaria de Governo, Ministério das Cidades, Ministério das Relações Exteriores e Ministério dos Direitos Humanos.

O próprio partido de Imbassahy, ainda que tenha contribuído para impedir a investigação contra Temer no STF, se revelou dividido na votação. Dos 47 deputados tucanos na Câmara, 22 votaram "sim", por barrar a denúncia, e quatro se ausentaram, o que acabou computando favoravelmente ao arquivamento. Os outros 21 votaram "não", pelo prosseguimento da denúncia, e foram derrotados ao lado da oposição.

Imbassahy ao Centrão: "Não temo nada"

Questionado se teme perder o cargo devido à pressão política sobre o presidente Michel Temer, o tucano limitou-se a dizer “não temo nada”.

Imbassahy ainda disse que o governo agora precisa articular e conversar para chegar a um “bom termo”. Na avaliação dele, o Planalto conseguirá “harmonizar a base sólida e cada vez mais robusta”.

Em discurso no evento do qual participou no Palácio do Planalto ao lado de Imbassahy, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), chamou o colega de “companheiro de larga data das lutas no Congresso Nacional”. Ainda de acordo com Padilha, Imbassahy tem tido “excepcional desempenho” à frente da Secretaria de Governo.

 

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