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RS irá transferir policiais do interior para Porto Alegre para julgamento de Lula

Julgamento da apelação do ex-presidente Lula será realizado em 24 de janeiro - Pedro Ladeira/Folhapress
Julgamento da apelação do ex-presidente Lula será realizado em 24 de janeiro Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Bernardo Barbosa e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

12/01/2018 15h16Atualizada em 12/01/2018 15h27

Policiais militares de fora de Porto Alegre serão convocados para reforçar a segurança na capital do Rio Grande do Sul na semana do julgamento da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acontece no dia 24 de janeiro. A medida foi definida na manhã desta sexta-feira (12) em reunião entre o secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, e o subcomandante da Brigada Militar, coronel Mario Ikeda.

Serão convocados policiais do BOE (Batalhão de Operação Especial) de Santa Maria e de Passo Fundo, cidades do interior gaúcho. Também participarão do esquema de segurança policiais do CPC (Comando de Policiamento da Capital) que estão reforçando o efetivo no litoral gaúcho durante as férias de verão.

O número de agentes envolvidos na transferência temporária não foi informado.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a medida faz parte do planejamento estabelecido pelo Gabinete de Gestão Integrada instalado para o acompanhamento do julgamento de Lula no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), sediado em Porto Alegre.

Julgamento crucial para Lula

A 8ª Turma do TRF-4 julga Lula em segunda instância no dia 24 pelo chamado processo do tríplex. Na primeira instância, o juiz Sergio Moro condenou o petista a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa do ex-presidente diz que não há provas dos delitos.

O julgamento do TRF-4 é crucial para o futuro de Lula. Em pleno ano de eleições presidenciais e com o petista liderando pesquisas de intenção de voto, uma condenação em segunda instância pode torná-lo inelegível e até mesmo levá-lo à prisão. 

A presença de Lula no julgamento ou mesmo em Porto Alegre nos dias que antecedem a sessão do TRF-4 ainda é incerta.

Até o momento, representantes do PT já confirmaram a presença do ex-presidente em um ato público em São Paulo após o julgamento. No dia seguinte, o partido fará um evento na capital paulista com suas lideranças para reafirmar a candidatura presidencial de Lula, seja qual for o resultado no tribunal.

27.jan.2017 - Imagem aérea da fachada do prédio do TRF-4, em Porto Alegre - Germano Preichardt - 27.jan.2017 /Divulgação/TRF-4 - Germano Preichardt - 27.jan.2017 /Divulgação/TRF-4
Imagem aérea da fachada do prédio do TRF-4, em Porto Alegre
Imagem: Germano Preichardt - 27.jan.2017 /Divulgação/TRF-4

Tribunal altera expediente

A mobilização em torno do julgamento de Lula levou o TRF-4 a alterar seu expediente nos dias 23 e 24 deste mês. Até mesmo os prazos processuais foram suspensos nestas datas. Segundo a assessoria de comunicação do TRF-4, a medida é inédita no tribunal.

"A suspensão leva em conta as medidas que estão sendo adotadas pelos órgãos de segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul e pela Polícia Federal para garantir a segurança do público interno e externo durante a realização do julgamento", diz comunicado divulgado pelo TRF-4.

A decisão foi publicada em portaria assinada nesta quinta-feira (11) pelo presidente do tribunal, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. No dia 23, o expediente no tribunal será das 8h às 12h. No dia 24, não haverá expediente administrativo e judicial, exceto para os servidores "diretamente envolvidos com a realização e apoio da sessão de julgamento".

Porto Alegre será palco de inúmeros protestos nos dias que antecedem o julgamento de Lula, de grupos contrários e favoráveis à condenação do petista, e caravanas de diversos pontos do Brasil são aguardadas. Manifestantes também planejam acampar na cidade.

A sede do TRF-4 fica em uma área de Porto Alegre repleta de prédios públicos e ao lado do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho (Harmonia), conhecido por sediar, em setembro, o Acampamento Farroupilha, tradicional festa folclórica gaúcha. Uma decisão judicial dada no fim de dezembro impediu a montagem de acampamentos em toda a região do tribunal.

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