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Elói Pietá entra no páreo, e PT terá prévias para candidato ao governo de SP

Pietá irá disputar em março prévia pela candidatura do PT ao governo paulista - 28.set.2016 - Reprodução/Facebook
Pietá irá disputar em março prévia pela candidatura do PT ao governo paulista Imagem: 28.set.2016 - Reprodução/Facebook

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

13/01/2018 10h35Atualizada em 13/01/2018 13h08

O PT deverá ter prévias para escolher seu candidato para disputar a eleição ao governo de São Paulo. Além do ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho, anunciado no fim de outubro, o ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá registrou sua pré-candidatura na sexta-feira (12), com o apoio de quase 7.500 filiados.

O prazo para inscrição de candidaturas terminou ontem. A decisão final sobre quem irá disputar o pleito deve acontecer em 25 de março. As prévias estão marcadas para 25 de fevereiro, mas membros do diretório paulista tentam adiar a data para dar mais tempo para discussão. A decisão será tomada na próxima reunião, no dia 20 de janeiro.

Pietá irá disputar a vaga com Marinho, que teve o aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o apoio de cerca de 11 mil filiados, e é, desde o ano passado, comandante do diretório estadual do PT em São Paulo. Lula, inclusive, chegou a dizer que Lionel Messi e Neymar --que jogavam futebol juntos no Barcelona, da Espanha, até o primeiro semestre do ano passado-- teriam inveja da dobradinha que faria com Marinho na eleição deste ano

Lula participou do lançamento oficial da pré-candidatura de Marinho em dezembro - 1º.dez.2017 - Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo - 1º.dez.2017 - Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo
Lula participou do lançamento oficial da pré-candidatura de Marinho em dezembro
Imagem: 1º.dez.2017 - Roberto Sungi/Futura Press/Estadão Conteúdo

'Oportunidade de debate'

Membros do partido consultados pela reportagem veem na pré-candidatura de Pietá a oportunidade de debater as propostas do partido para o governo paulista. A expectativa, porém, é que a candidatura de Marinho seja confirmada em março.

"Não se trata de uma disputa inócua. Pelo contrário, será nessa oportunidade que se dará o aprofundamento da proposta que o PT apresenta para enfrentar as eleições para o governo do Estado de São Paulo", afirma Renato Simões, membro do diretório nacional do partido e coordernador-executivo da campanha presidencial de Lula, em mensagem publicada em rede social.

Para Simões, as prévias são "um exemplo de democracia que fortalece o partido e dialoga com a exigência da sociedade de uma democracia cada vez mais radical".

Um dos membros do diretório paulista, o deputado estadual João Paulo Rillo, vê que a entrada de Pietá na disputa é importante para gerar debate no partido. "É muito mais importante aquecer o partido dessa maneira do que com uma candidatura única", disse ao UOL.

Marinho enfrenta processo na Justiça

Pietá governou Guarulhos por dois mandatos, entre 2001 e 2008. Ele tentou voltar ao posto em 2016, mas não chegou nem ao segundo turno do pleito.

Já Marinho, ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), comandou São Bernardo entre 2009 e 2016. Ele também foi ministro da Previdência durante o segundo mandato de Lula, entre 2007 e 2008, quando deixou o cargo para disputar o pleito municipal.

Marinho, porém, terá de enfrentar questionamentos sobre o processo em que é réu na Justiça Federal de São Paulo. Ele é acusado de irregularidades na construção do MTT (Museu do Trabalho e do Trabalhador), em São Bernardo. Marinho responde por fraude na licitação das obras do museu e falsidade ideológica. Sobre o caso, ele nega as acusações e diz ter “absoluta convicção da lisura do processo de licitação e obra”.

Haddad fora da disputa

Na época do anúncio da pré-candidatura de Marinho, lançada oficialmente em dezembro do ano passado, alguns integrantes do partido não gostaram da antecipação do lançamento por verem no movimento uma tentativa de criar um "fato consumado".

Com o anúncio de Marinho, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad também ficou fora da disputa pela indicação. Ao jornal "O Estado de S.Paulo", Haddad, que coordenará o programa de governo de Lula, afirmou que não irá disputar nenhum cargo político neste ano, deixando livre a indicação do vereador paulistano Eduardo Suplicy para o Senado.