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Onyx diz que houve "exonerações e verbas" incomuns no fim do governo Temer

Onyx: governo vai rever atos de Temer, vender imóveis e nomear alinhados

UOL Notícias

Gustavo Maia, Marina Motomura e Nathan Lopes

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

03/01/2019 13h34

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que houve "movimentação incomum de exonerações e indicações nos últimos 30 dias", ou seja, no fim do governo de Michel Temer (MDB). Lorenzoni fez a declaração após a primeira reunião ministerial do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta quinta-feira (3).

Ele ressaltou o período dos últimos 15 dias, que, "pelo alto volume, causou estranheza, e nós vamos acompanhar". O ministro não citou números, mas disse que Bolsonaro pediu um relatório a seus ministros "para ver para onde foi esse dinheiro, por que isso foi feito e se tem suporte para ter sido feito".

"Assim como também houve uma movimentação incomum de recursos destinados a ministérios", completou. "Então, foi solicitado que todos os ministros fizessem a revisão, pasta por pasta, quer de eventuais nomeações, exonerações ou transferências, e também sobre movimentação financeira", afirmou à imprensa.

Pente-fino

Lorenzoni afirmou que a equipe de Bolsonaro realiza um pente-fino nas últimas ações de Temer. "Este conceito de que nós temos que rever é um conceito que está perpassando todo o governo até para desaparelhar e permitir que o governo do presidente Bolsonaro possa executar suas políticas", disse.

Em crítica velada à gestão anterior, Lorenzoni disse que Bolsonaro está tendo a "coragem de fazer o que talvez tenha faltado ao governo que terminou no dia 31 de, logo no início, ir limpando a casa". "Porque é o único jeito de a gente poder tocar com as nossas ideias, com os nossos conceitos e fazer aquilo que a sociedade brasileira decidiu por maioria", comentou.

Na edição desta quinta do DOU (Diário Oficial da União), o governo apresentou um decreto com exonerações de funcionários comissionados e dos ocupantes de cargos em confiança até 31 de dezembro de 2018. A medida, segundo ministro, deu início à "despetização do governo". Cálculos da equipe de Onyx estimam em 320 o número de funcionários que seriam atingidos pela medida. 

O ministro defendeu as exonerações dizendo que não há "nenhum sentido" em se ter um governo com "pessoas que defendem uma outra lógica, um outro sistema político".

Depois de fazer o pronunciamento e conceder a entrevista coletiva durante pouco mais de 15 minutos, Onyx disse que iria almoçar com o presidente e outros ministros.

Apenas cinco veículos foram escolhidos aleatoriamente para fazer perguntas: os jornais "Folha de S.Paulo", "O Estado de S. Paulo" e "Correio Braziliense", a TV Globo e a rádio Gaúcha.