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Para Maia, decisão do STF sobre caixa 2 foi "correta, mesmo que não gostem"

16.mar.2019 - O presidente Jair Bolsonaro é recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) ao chegar para almoço na residência oficial da Câmara - Pedro Ladeira/Folhapress
16.mar.2019 - O presidente Jair Bolsonaro é recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelo ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) ao chegar para almoço na residência oficial da Câmara Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

16/03/2019 17h19

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu hoje o STF (Supremo Tribunal Federal) depois do inquérito aberto pela própria corte sobre supostas notícias falsas contra ministros.

Ele ainda chamou de "correta, mesmo que alguns não gostem", a decisão dos magistrados de enviar investigações de corrupção que possam conter caixa 2 para a Justiça Eleitoral.

Maia considerou as mensagens enviadas em redes sociais sobre os ministros "muito graves". Ele garantiu que que o tema não foi tratado no churrasco que ofereceu aos presidentes da República, Jair Bolsonaro (PSL), do tribunal, Dias Toffoli, e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O almoço aconteceu na residência oficial da Câmara, no Lago Sul, em Brasília.

Maia defendeu o respeito entre o Executivo, Judiciário e Legislativo, depois que seus convidados já haviam deixado o local. "Esse respeito entre os Poderes é muito importante", afirmou o deputado.

"Não foi o que a gente viu nas últimas semanas principalmente ao Supremo Tribunal Federal. Isso é muito grave. E é muito importante que, mesmo tendo alguma divergência em qualquer decisão, a gente respeite a decisão dos Poderes, principalmente o poder que tem a atribuição de guardar a nossa Constituição. Isso é importante."

Procuradores da Lava Jato criticaram a decisão do STF de mandar para a Justiça Eleitoral qualquer investigação sobre corrupção que contenha algum indicativo de uso deste dinheiro em campanhas. Maia defendeu a decisão do tribunal. E lembrou que parlamentares já fizeram projetos de lei para mudar as regras que teriam embasado a decisão do Supremo.

"Antes mesmo da decisão, alguns já tinham apresentado projetos modificando a decisão do STF. O que prova que a decisão do Supremo era a decisão do ponto de vista legal, correta, mesmo que alguns não gostem. Não pode atacar nem ameaçar os membros ministros do Supremo", afirmou.

Maia disse que Toffoli "não tratou desse assunto" no churrasco. "Mas eu estou tratando. É um episódio grave e importante. A crítica não pode passar para uma agressão. Não podemos suportar um ataque, quase uma ameaça a cada um dos ministros."

O presidente da Câmara destacou que as redes sociais têm alto impacto social hoje e isso é um desafio para todas as democracias liberais do mundo. "Como é um mundo novo, exatamente pela proximidade das pessoas com os poderes centrais, é importante, que a gente comece a compreender quais são os limites de cada um nessa relação mais próxima que hoje existe na sociedade brasileira e no resto do mundo."

Governar "juntos"

O almoço contou com a presença de alguns ministros. Segundo o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Carlos Alberto Santos Cruz, Bolsonaro pediu para que todos governassem "juntos".

No entanto, enfatizou que não era uma reunião de trabalho, mas um encontro social que facilita o trabalho. "O clima não está ruim para ter que melhorar, é só uma oportunidade. Na nossa cultura, essas ocasiões aproximam as pessoas."

O senador Marcos do Val (PPS-ES) disse que Maia e Alcolumbre fizeram um breve discurso inicial pedindo unidade. Depois foi a vez de Toffoli falar, quando mencionou a "independência dos Poderes". Em seguida, Jair Bolsonaro falou de "dependência" uns dos outros, segundo o relato do senador.