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Citados por Alexandre Frota em entrevista ao UOL rebatem acusações

Do UOL

Em São Paulo

02/11/2019 04h02

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), em entrevista exclusiva ao UOL, revelou os nomes de quem ele afirma ser o núcleo da produção de fake news e ataques virtuais bolsonaristas.

Segundo Frota, parlamentares mantêm assessores pagos com dinheiro público a serviço deste esquema, que ainda contaria com a ajuda de pessoas de fora da política.

Nesta nota, a reportagem do UOL reúne as respostas enviadas dos citados pelo deputado.

Camila Abdo

Blogueira e ex-assessora parlamentar no gabinete do deputado estadual Coronel Nishikawa, do PSL-SP

"Gostaria de esclarecer que as afirmações do parlamentar Alexandre Frota fogem da realidade. Meu Twitter, bem como meu Instagram e meu blog são de acesso público para quem quiser checar se há alguma postagem padronizada com os demais. Não nego que tenho amizade com Allan dos Santos, bem como com os demais citados pelo prezado, porém afirmar a existência de uma milícia virtual beira a paranoia.

Todas as reações em prol do presidente Jair Bolsonaro acontecem de forma orgânica. É fantasiosa a afirmação que existe uma milícia virtual. Isso é somente uma tentativa espúria de impor a espiral do silêncio, permitindo assim que se destaque somente a narrativa 'do outro lado'. Tanto que é fantasiosa a afirmação do deputado federal que as únicas provas constantes na CPMI da Fake News (que na qual não fui convocada) são prints de postagens de diversas pessoas que possuem as mesmas posições políticas.

Também gostaria de informar que eu pedi a minha exoneração [do cargo de assessora do deputado estadual Coronel Nishikawa, do PSL-SP] assim que a primeira acusação de milícia virtual surgiu, pois achei injusto o deputado ser atacado e alcunhado por algo que ele não fez. "

Gil Diniz

Deputado estadual pelo PSL-SP

O UOL forneceu as citações envolvendo o deputado na entrevista de Alexandre Frota, porém o gabinete condicionou uma resposta ao acesso à íntegra do material, o que foi negado. Havendo nova resposta do deputado este espaço será atualizado.

Douglas Garcia

Deputado estadual pelo PSL-SP

"Entendemos que os ataques do Deputado Alexandre Frota ao Deputado Douglas Garcia e, especialmente, a Edson Salomão são motivados por ressentimento de não ter o seu pedido de indicação atendido para que Joice Hasselmann disputasse a Prefeitura de São Paulo pelo PSL.

Importante mencionar que estas acusações surgem no momento em que o nome do Sr. Edson Salomão ganha força, sobretudo por ter sido citado por Eduardo Bolsonaro, no Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, no dia 25/10/2019, como potencial candidato a disputar o pleito.

A acusação de que o Deputado Douglas Garcia e seu assessor Edson Salomão integram "uma rede de fakeb news e ataques virtuais contra adversários políticos do governo federal" é absurda.

Antes de disputar a eleição para Deputado Estadual em 2018, Douglas Garcia, um dos fundadores do antigo Movimento Direita São Paulo (hoje, Movimento Conservador), foi escolhido pelos coordenadores deste grupo para ser o representante do movimento no legislativo paulista.

Uma vez eleito, obviamente, toda a sua assessoria é composta por membros do Movimento Conservador, que já militavam há anos nas redes sociais e nas ruas.

Naturalmente, não seria a condição de assessoria vedação para que parassem de defender aquilo que acreditam.

Nesse sentido, o fato de serem componentes de uma assessoria parlamentar não lhes retira o status de cidadania, a liberdade de expressão e de livre pensamento, garantidas constitucionalmente a todos.

A acusação de que os assessores de gabinete são orientados para trabalhar "na confecção e disparos de notícias falsas e ataques virtuais durante seu horário de trabalho", na vã tentativa de confundir liberdade de expressão e opinião com "ataques e disparos de notícias falsas", também não procede.

Aliás, há uma evidente contradição nas ilações proferidas pelo deputado Alexandre Frota, na medida em que o mesmo afirmou na CPMI das "fake news" que os assessores de Douglas Garcia atuariam nas redes sociais em seus períodos de intervalo.

Finalmente, não seria crível que um gabinete voltado à "confecção e disparos de notícias falsas e ataques virtuais durante seu horário de trabalho" pudesse produzir, em meros 7 meses e meio de mandato, 20 Projetos de Lei, 14 moções, 192 indicações, 83 requerimentos de informação, 70 emendas à lei orçamentária, 237 ofícios, em um total de 679 documentos expedidos, e destinasse 1 milhão de reais em emendas parlamentares para a área de saúde do Estado de São Paulo.

Os integrantes do Movimento Conservador trabalharam arduamente, desde maio de 2016, para que Jair Messias Bolsonaro fosse eleito Presidente da República e apenas estão mantendo a coerência na defesa dos valores conservadores, tão bem representados pela família Bolsonaro. Diferente daqueles que usaram o nome "Bolsonaro" com fins meramente eleitoreiros, a exemplo do Deputado Federal Alexandre Frota."

Otávio Fakhoury

Empresário ligado ao site Crítica Nacional

"Para começar, declaro que escolhi de livre e espontânea vontade colaborar com o Portal Critica Nacional, pertencente ao professor e jornalista Paulo Enéas, justamente por entender ser o Crítica Nacional uma fonte de informação e análise política comprometida com a verdade. Essa percepção não é só minha, mas também de leitores como o ministro Sérgio Moro, que acompanha e compartilha matérias do Crítica Nacional.

Trata-se portanto, de mais uma mentira do Frota, pois a linha editorial, de viés assumidamente conservador, sempre foi a mesma desde que conheci o Paulo Enéas. Não há da minha parte nenhuma ingerência sobre essa linha editorial.

Os artigos, tanto os noticiosos, quanto os de análise política e conteúdo editorial, são de responsabilidade do editor-chefe (Paulo Enéas) e estão disponíveis no site do portal Critica Nacional, devendo agora o acusador demonstrar e provar onde há fake news ali. Caso contrário, novamente Frota comete calúnia e difamação, devendo responder na Justiça."

Os demais citados por Frota não responderam ao UOL e têm aqui espaço aberto para manifestação.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.