Demitido por telefone, Valeixo ficou constrangido com "exoneração a pedido"
O ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro pelo telefone na noite de ontem e ficou constrangido quando lhe questionaram se concordava com a inclusão da menção "a pedido" na exoneração que seria publicada no Diário Oficial na madrugada. O policial respondeu que essa decisão não cabia a ele, apurou o UOL.
Primeiro, Valeixo recebeu uma ligação da equipe do presidente. Em dado momento, Bolsonaro assumiu o telefonema. Na conversa, o delegado foi informado da demissão e questionado sobre o uso da expressão "a pedido" no decreto. A interlocutores Valeixo disse que não respondeu "nem que sim, nem que não" e que "não poderia concordar com alguma coisa".
A versão do delegado federal e ex-chefe da PF para o episódio é a mesma dada pelo ex-ministro Sergio Moro e diverge da declaração de Bolsonaro em pronunciamento feito nesta tarde, após o ex-juiz anunciar sua saída do governo federal.
A demissão de Valeixo foi tema de uma conversa que o presidente e o então ministro tiveram na manhã de ontem. Segundo Bolsonaro, havia um interesse do delegado em deixar a Polícia Federal, por "cansaço", e esse desejo foi expressado por ele numa videoconferência com os 27 superintendentes regionais da instituição. "Desde janeiro, [Valeixo] vinha falando ao senhor Sergio Moro que iria deixar a Polícia Federal", disse o presidente hoje no Palácio do Planalto.
A versão de Valeixo e de Moro é outra. O UOL apurou que na conversa do delegado com os superintendentes, o policial não disse que queria sair. Um colega perguntou ao diretor da PF como estavam as pressões. Ele confidenciou que as pressões eram "constantes" e que isso causava "cansaço".
Ao se pronunciar hoje, Bolsonaro disse que comunicou a Moro na quinta pela manhã a decisão de exonerar Valeixo e que, "pelo que tudo indicava, [era] uma exoneração a pedido".
Já o ex-ministro afirma que ficou sabendo pelo Diário Oficial, inclusive com o uso não autorizado de sua assinatura eletrônica — nesta noite o Diário Oficial circulou com outra exoneração, sem a assinatura de Moro.
Em seu pronunciamento, Bolsonaro afirmou ainda que Moro condicionou a demissão do delegado à indicação de seu nome para o STF, o que Moro negou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.