Doria diz ter 'convicção' de que Alckmin saberá se explicar à Justiça
Do UOL, em São Paulo
16/07/2020 19h08Atualizada em 16/07/2020 19h58
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse ter "convicção" que Geraldo Alckmin, indiciado hoje por corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois, será capaz de esclarecer todos os pontos levantados pelas investigações da Polícia Federal quanto às doações durante a campanha eleitoral.
"A trajetória de Alckmin é marcada pelo compromisso com valores éticos e dedicação à causa pública", escreveu o tucano em uma rede social.
Além de Alckmin, também foram denunciados seu ex-secretário de Planejamento, Sebastião Eduardo Alves de Castro, e o ex-tesoureiro do PSDB, Marco Monteiro. Os dois também são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois.
As investigações foram conduzidas pela Operação Lava Jato a partir de delações do grupo Odebrecht. Além das colaborações, a PF obteve cópias do sistema de informática da empreiteira, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas por Skype, ligações telefônicas e documentos que indicariam a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel.
PSDB também apoia Alckmin
Antes, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, também já tinha se manifestado em defesa de Alckmin. Araújo disse que seu correligionário é "referência de correção" na vida pública e tem toda a confiança do partido.
"Governador quatro vezes de São Paulo, quase cinco décadas de vida pública, médico, Geraldo Alckmin sempre levou uma vida modesta e de dedicação ao serviço público. É referência de correção e retidão na vida pública. Tem toda a confiança do PSDB", publicou o perfil oficial da sigla em uma rede social.
'Consciência tranquila'
Mesmo após receber as acusações, Geraldo Alckmin disse estar com a consciência tranquila. O ex-governador afirmou não ter sido ouvido durante o processo, mas se comprometeu a "prestar contas" à Justiça.
"Quem está na vida pública tem o dever de prestar contas. Embora eu não tenha sido ouvido [pela PF], vou prestar contas", declarou o tucano em entrevista à CNN Brasil.
"Minhas campanhas foram modestas. Em 2010 e 2014, eu nem gastei o que havia sido arrecadado. Tenho a consciência absolutamente tranquila."
Alckmin ainda argumentou que, mesmo após ter sido prefeito de sua cidade natal, Pindamonhangaba (SP), deputado federal, vice-governador e governador, seu patrimônio continua "igualzinho", até "menor".
"Não recebo um centavo de dinheiro público, dou aula, voltei para a medicina. Abri mão, não recebo aposentadoria como deputado, e poderia estar recebendo há 17 anos. E vou prestar contas."
*Com Estadão Conteúdo