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Alckmin diz estar 'tranquilo' após denúncia da PF: 'Vou prestar contas'

Ex-governador de São Paulo foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral - Sergio Dutti/Governo de São Paulo
Ex-governador de São Paulo foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral Imagem: Sergio Dutti/Governo de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

16/07/2020 18h25Atualizada em 16/07/2020 18h46

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse estar com a consciência tranquila após ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois eleitoral. Ele afirmou não ter sido ouvido durante o processo, mas se comprometeu a "prestar contas" à Justiça.

"Quem está na vida pública tem o dever de prestar contas. Embora eu não tenha sido ouvido [pela PF], vou prestar contas", declarou o tucano em entrevista à CNN Brasil. "Minhas campanhas foram modestas. Em 2010 e 2014, eu nem gastei o que havia sido arrecadado. Tenho a consciência absolutamente tranquila".

Alckmin ainda argumentou que, mesmo após ter sido prefeito de sua cidade natal, Pindamonhangaba (SP), deputado federal, vice-governador e governador, seu patrimônio continua "igualzinho", até menor.

"Não recebo um centavo de dinheiro público, dou aula, voltei para a medicina. Abri mão, não recebo aposentadoria como deputado, e poderia estar recebendo há 17 anos. E vou prestar contas", reforçou.

"Pode ter alguém tão rigoroso quanto eu no trato do dinheiro público. Mais que eu, não tem"

Além de Alckmin, também foram denunciados seu ex-secretário de Planejamento, Sebastião Eduardo Alves de Castro, e o ex-tesoureiro do PSDB, Marco Monteiro. Os dois também são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois.

As investigações foram conduzidas pela Operação Lava Jato a partir de delações do grupo Odebrecht. Além das colaborações, a PF obteve cópias do sistema de informática da empreiteira, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas por Skype, ligações telefônicas e documentos que indicariam a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel.

PSDB e Doria dizem confiar em Alckmin

Logo após a divulgação da denúncia sobre o ex-governador, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, divulgou uma nota em defesa de Alckmin. Araújo diz que seu correligionário é "referência de correção" na vida pública e tem toda a confiança do partido.

"Governador quatro vezes de São Paulo, quase cinco décadas de vida pública, médico, Geraldo Alckmin sempre levou uma vida modesta e de dedicação ao serviço público. É referência de correção e retidão na vida pública. Tem toda a confiança do PSDB", publicou o perfil oficial da sigla em uma rede social.

O atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também demonstrou apoio a Alckmin nas redes sociais. O tucano diz ter "convicção" de que seu companheiro de partido saberá esclarecer todos os pontos levantados pelas investigações quanto às doações durante a campanha eleitoral.

"A trajetória de Alckmin é marcada pelo compromisso com valores éticos e dedicação à causa pública", publicou.

*Com Estadão Conteúdo

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