Schelp: Bolsonaro talvez seja bom cabo eleitoral para vereador
Às vésperas das eleições municipais, o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a candidatos a prefeito e vereador nas eleições municipais foi um dos assuntos abordados no podcast de política Baixo Clero #65, apresentado por Carla Bigatto e com participação dos colunistas do UOL Maria Carolian Trevisan, Diogo Schelp e Carla Araújo.
Schelp lembrou que os resultados das pesquisas eleitorais mostram que associação com o presidente foi negativa para candidatos às Prefeituras. "Bolsonaro não é tão bom cabo eleitoral como se imaginava, e talvez seja bom cabo eleitoral para vereador, que é algo que ele tem se dedicado bastante. Assim como Lula, que também não tem sido um bom cabo eleitoral, não tem sido de grandes serventias para os candidatos do PT, nas capitais, pelo menos", disse o colunista. (Ouça a partir do minuto 16:20)
Pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira (11) mostrou Marcello Crivella (Republicanos) em segundo lugar nas intenções de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro, com 14%, em empate técnico com a deputada estadual Martha Rocha (PDT). E Celso Russomanno (Republicanos) recuando de 16% para 14%, também em empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB). Os dois candidatos do Republicanos contam com o apoio do presidente.
Trevisan falou sobre os comentários sobre candidatos feitos por Bolsonaro nas transmissões ao vivo no Palácio da Alvorada. "Ele [Bolsonaro] pode ser tanto multado, quanto se tornar inelegível. Tanto o presidente Bolsonaro, como as pessoas que ele está apoiando. Inclusive o Carlos Bolsonaro, filho dele e candidato a vereador no Rio de Janeiro." (Ouça a partir do minuto 18:20)
O Ministério Público Federal em 13 estados vai apurar se o presidente fez propaganda eleitoral ilegal nas lives. Segundo a Procuradoria-Geral Eleitoral, desde o dia 5, o presidente fez lives com propaganda para pelo menos 38 candidatos a prefeito e vereador.
'Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora'
Na mesma edição do podcast, Carla Araújo destacou outra declaração polêmica do presidente. Sem citar o nome do presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden, Bolsonaro disse que "quando acabar a saliva, tem que ter pólvora", referindo-se a declarações do norte-americano sobre possíveis sanções por causa do desmatamento na Amazônia. "Essa suposição de uma possível guerra entre o Brasil e qualquer país, principalmente os Estados Unidos, não foi endossada pelos militares brasileiros, muito pelo contrário, eles acharam uma maluquice e classificaram a fala do presidente como exagerada, e pura retórica. Mas trouxe consequências para os militares", afirmou. (Ouça a partir do minuto 21:00)
Para Schelp, a fala "abala a credibilidade das Forças Armadas" e pode atingir os militares que o apoiam. "Até porque o Bolsonaro é um presidente que não costuma dar muita confiança e liberdade para seus ministros. (...) No momento em que os militares aceitaram entrar pro governo, entraram pra política dessa forma, inclusive militares na ativa, eles colocaram em risco essa credibilidade que eles construíram ao longo de décadas de uma instituição que se dedica a atividades de paz." (Ouça a partir do minuto 23:46)
O Baixo Clero #65 ainda abordou o debate entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pelo UOL e pela Folha de S. Paulo e outros temas relativos às eleições municipais deste ano.
Baixo Clero está disponível no Spotify, na Apple Podcasts, no Google Podcasts, no Castbox, no Deezer e em outros distribuidores. Você também pode ouvir o programa no YouTube. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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