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Trevisan: Eleição vai mostrar se eleitor está mais atento às fake news

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/11/2020 04h00

As eleições municipais, que acontecem no próximo dia 15, devem mostrar um posicionamento diferente dos eleitores brasileiros frente às notícias falsas. Essa é a opinião da colunista do UOL Maria Carolina Trevisan. "Será que o eleitorado já está amadurecido para compreender o que são as fake news mesmo? Será que a gente vai ter o mesmo impacto que tivemos em 2018 em relação às fake news? Será que os Tribunais Regionais Eleitorais não estão, neste momento, muito mais atentos para esse uso das notícias falsas, da desinformação? Eu acho que sim, e eu acho que pega muito mal para quem está fazendo esse tipo de artimanha", disse ela. (Ouça a partir do minuto 13:28)

A declaração foi dada no podcast Baixo Clero #65, apresentado por Carla Bigatto, com a participação dos colunistas do UOL Maria Carolina Trevisan, Diogo Schelp e Carla Araújo.

O assunto teve início nos comentários sobre o debate promovido pelo UOL e pela Folha de S. Paulo com candidatos à Prefeitura de São Paulo, na quarta-feira (11). Na ocasião, Russomanno questionou Boulos sobre supostas empresas fantasmas que teriam recebido dinheiro do psolista.

Segundo Russomanno, uma "equipe de reportagem" teria divulgado nas redes sociais que procurou duas produtoras, mas não encontrou ninguém nos locais indicados. A "equipe de reportagem" era, na verdade, Oswaldo Eustáquio, que já foi preso dentro da investigação do inquérito das fake news.

A Justiça Eleitoral determinou a retirada imediata do vídeo do ar, atendendo a pedido da equipe de Boulos.

Para Schelp, a fala de Russomanno pode ser uma estratégia para conquistar eleitores bolsonaristas. "É tudo montado para manipular e para colocar uma pulga atrás da orelha. Para, quem sabe, fidelizar esse público Bolsonarista, já que Russomanno não tem uma aderência tão grande assim com o público Bolsonarista. Ele não é exatamente o candidato da direita radical", disse Schelp. (Ouça a partir do minuto 12:14)

Além de Russomanno, em São Paulo, que já ressaltou o apoio de Jair Bolsonaro (sem partido) à sua candidatura, Marcello Crivella (Republicanos), candidato à Prefeitura no Rio de Janeiro, também destaca sua proximidade com o presidente. "Essa estratégia de colar a própria imagem no Bolsonaro não só não rendeu frutos, como parece ser um caminho sem volta. Porque abdicar desse apoio a essa altura não é garantia nenhuma que eles vão recuperar os votos. Então resta ao Crivella e ao Russomanno, resta a eles torcer para que tenham uma margem suficiente para passar pro segundo turno", comentou Schelp. (Ouça a partir do minuto 15:58)

Pesquisa Datafolha divulgada na quarta-feira mostrou Crivella em segundo lugar nas intenções de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro, com 14%, em empate técnico com a deputada estadual Martha Rocha (PDT).

O mesmo instituto indicou que Russomanno recuou de 16% para 14%, também em empate técnico com Boulos e Márcio França (PSB). Foi a primeira vez, entretanto, que o candidato dos Republicanos apareceu numericamente atrás do candidato psolista em uma pesquisa.

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