Eduardo Bolsonaro antecipa governo e diz que Gilson Machado assume Turismo
Filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) se antecipou ao governo e anunciou na tarde de hoje Gilson Machado como novo ministro do Turismo através de uma publicação nas redes sociais.
A saída de Marcelo Álvaro Antônio ainda não foi oficializada pelo governo, mas a colunista do UOL Carla Araújo apurou que a decisão já está tomada e deve ser publicada ainda hoje em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
Mesmo antes do anúncio oficial da saída de Álvaro Antônio, o filho de Bolsonaro se antecipou e já parabenizou Machado. "Desejo boa sorte a Gilson Machado, que vinha fazendo bom trabalho como Presidente da Embratur e agora se torna novo Ministro do Turismo. Que Deus o ilumine nessa nova jornada", escreveu Eduardo, em suas redes sociais.
Segundo informações do Estadão Conteúdo, Machado assumirá um mandato "tampão", pois uma nova mudança deve ocorrer a partir de fevereiro, quando uma reforma ministerial está prevista.
Marcelo Álvaro Antônio acusou o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, de ser "traíra" e de conspirar para tirá-lo do cargo de ministro em um grupo no WhatsApp. A informação foi dada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL.
O ex-ministro do Turismo alegou que Ramos negociou a pasta do Turismo com o centrão, um grupo de partidos de centro e centro-direita do Congresso que recentemente se aliou ao governo Bolsonaro. Na avaliação de Marcelo Álvaro Antônio, a medida seria uma articulação para conseguir a eleição de um aliado na eleição para presidente da Câmara dos Deputados no próximo ano.
Marcelo Álvaro Antônio foi recebido no início da tarde de hoje por Bolsonaro, pediu desculpas a Ramos, mas não conseguiu reverter a decisão de Bolsonaro.
Fora do ministério, Álvaro Antônio deve reassumir seu mandato como deputado federal por Minas Gerais na Câmara.
Acusações
Na mensagem enviada em um grupo interno do governo, Álvaro Antônio acusou Ramos de entrar na sala de Bolsonaro "comemorando algumas aprovações insignificantes no Congresso". "Não me admira o Sr. Ministro Ramos ir ao PR pedir minha cabeça, a entrega do Ministério do Turismo ao Centrão para obter êxito na eleição da Câmara dos Deputados", diz o texto.
Ele afirmou ainda que Ramos não revela ao presidente "o ALTÍSSIMO PREÇO que tem custado as aprovações de certas matérias no Congresso. "Não temos uma base sólida no Congresso Nacional, (tanto que o Sr pede minha cabeça pra tentar resolver as eleições do parlamento, ironia, pede minha cabeça pra suprir sua própria deficiência)...", escreveu o ainda titular do Turismo.
Álvaro Antônio disse ainda que Ramos queria sua demissão. "O Sr. deveria ter aprendido na sua própria formação militar que não se joga um companheiro de guerra aos inimigos, não se pode atirar na cabeça de um aliado", postou.
Por fim, alegou que Ramos "é exemplo de tudo que não quero me tornar na vida". "Quero chegar ao fim da minha jornada EXATAMENTE como meus pais me ensinaram, LEAL aos meus companheiros e não um traíra como o senhor".
O ministro da Secretaria de Governo foi procurado para comentar o teor da mensagem, mas não quis comentar.
Figurante em lives
Fiel amigo do presidente Jair Bolsonaro, o novo ministro do Turismo, Gilson Machado, é conhecido por acompanhar o presidente em viagens pelo Brasil e por ser figura constante nas "lives" presidenciais, em que costuma tocar sanfona.
Atual presidente da Embratur, Machado é aliado de Bolsonaro desde a campanha presidencial e participou da equipe de transição. Antes de ser nomeado presidente da agência de fomento ao turismo, atuava como secretário nacional de Ecoturismo e Cidadania Ambiental, do Ministério do Meio Ambiente, onde também exerceu o cargo de secretário de Florestas.
No fim de junho, Machado, que é de Recife, ganhou destaque depois de tocar "Ave Maria" na sanfona durante uma transmissão ao vivo do presidente. A música foi uma homenagem às vítimas da covid-19. Naquele dia, 25 de junho, o País registrava mais 55 mil mortes pelo novo coronavírus. Ele chegou a dar aulas do instrumento ao presidente.
* Com informações de Carla Araújo, do UOL, em São Paulo, e do Estadão Conteúdo
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