CPI da Covid: Humberto Costa fala de estratégia para convocar investigados
Colaboração para o UOL
27/04/2021 09h38Atualizada em 27/04/2021 10h35
O senador Humberto Costa (PT-PE) contou qual será a estratégia que a CPI da Covid vai adotar para convocar os investigados a prestar depoimento no Senado, que inicia os trabalhos hoje. Costa é um dos 11 membros da comissão.
De acordo o senador, a ideia é convocar todas as pessoas que forem prestar depoimento na CPI na condição de testemunha e não como investigado. Os senadores querem evitar que algum deles fique em silêncio.
"Não somente podem permanecer em silêncio, como podem não ir, aqueles que estão investigados. As testemunhas, no entanto, são convocadas, têm que comparecer e têm que depor com o compromisso de dizer a verdade", disse Costa, em entrevista à CNN.
O senador afirmou que o trabalho inicial da CPI é comprovar se houve alguma ação do governo federal que prejudicou o combate da pandemia do novo coronavírus no país.
Cada um vai dar o seu testemunho, seu posicionamento, sobre o que aconteceu. Se aquilo que for relatado implicar que aquela pessoa eventualmente também tem alguma coparticipação na decisão que foi tomada, no prejuízo que eventualmente possa ter gerado, então ela deixaria de estar na condição de testemunha e estaria na condição de investigado e poderia ser chamada posteriormente nessa condição
Humberto Costa
A estratégia dos senadores, segundo Costa, é também evitar que a CPI seja acusada de já ter um posicionamento preestabelecido sobre o que será investigado.
Liminar contra Renan
O senador, que foi ministro da Saúde no governo Lula (2003-2005), também criticou a decisão do juiz Charles Renaud, da 2ª Vara Federal do Distrito Federal que concedeu, ontem, liminar à deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) para tentar impedir que Renan Calheiros (MDB-AL) seja eleito como relator da CPI.
O fato de Calheiros ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), é apontado como um dos possíveis motivos para declarar sua suposta suspeição nos trabalhos da comissão no Senado.
"A decisão judicial é muito frágil, porque na verdade o relator não é eleito. Só quem é eleito é o presidente e o vice. O relator é uma escolha do presidente. Então, a liminar não cabe, na medida em que ela proibia que nós elegêssemos o Renan Calheiros como relator", criticou Costa.