Topo

Esse conteúdo é antigo

Fake News: Kicis diz que Joice e outros deputados "armaram" acusações

Bia Kicis acusou deputados de colocarem seu nome e o de outros parlamentares na CPMI das Fake News "propositalmente" - Pedro Ladeira/Folhapress
Bia Kicis acusou deputados de colocarem seu nome e o de outros parlamentares na CPMI das Fake News "propositalmente" Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

10/05/2021 16h07Atualizada em 12/05/2021 08h24

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), eleita para presidir a CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), disse hoje que os deputados Joice Hasselman (PSL-SP), Bozzella Junior (PSL-SP) e Nereu Crispim (PSL-RS) "armaram" as acusações contra ela, a deputada estadual Carla Zambelli (PSL-SP) e Eduardo Bolsnaro (PSL-SP), deputado federal, na CPMI das Fake News.

"Isso [a CPMI das Fake News] a gente já sabe hoje que foi uma construção por parte de algumas pessoas. Quiseram envolver nessa história de fake news de forma proposital a mim, Zambelli, o Eduardo e outros parlamentares. Isso partiu da Joice Hasselmann, do deputado Bozzella, do deputado Nereu Crispim, que depois confessou que foi tudo uma grande armação", afirmou Kicis em entrevista ao programa "Opinião no Ar", na RedeTV!, hoje de manhã.

Segundo Kicis, Crispim "confessou que os três levaram nossos nomes para a CPMI das Fake News e que eles armaram tudo". "Crispim se arrependeu e mandou uma notificação ao ministro Alexandre de Morais (relator do inquérito das Fakes News no STF) de que não havia fake news nenhuma e queria que o inquérito fosse encerrado. O ministro não considerou", completou.

O UOL entrou em contato com os assessores dos deputados citados por Kicis, mas apenas Joice respondeu às declarações negando qualquer tipo de armação (veja abaixo a nota da deputada na íntegra).

Na entrevista, Kicis ainda criticou a CPMI e afirmou que ela hoje funciona como "uma espada na cabeça dos parlamentares". "O inquérito das Fakes News não tem um escopo claro. Ele está aberto como uma espada na cabeça de cada parlamentar dizendo 'olha, se comporta direito, cuidado com o que você vai falar que este inquérito está aqui'", declarou.

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista) das Fake News investiga a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos contra a democracia e o debate público, incluindo atos para influenciar as eleições de 2018. A comissão está suspensa por causa da pandemia de coronavírus.

Deputada se diz otimista com PEC do voto impresso

Autora da PEC do voto impresso, Kicis disse estar com "toda a expectativa de que isso vai andar" nos próximos meses. O tema é caro ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende o voto impresso citando fraudes na urna eletrônica, mas sem apresentar provas.

A proposta já foi aprovada na CCJ em 17 de dezembro de 2019. Segundo ela, agora será montada uma comissão especial e "vai ser uma corrida contra o tempo" para tentar aprovar a PEC na Câmara dos Deputados e no Senado a tempo de mudar a legislação para a eleição presidencial de 2022. A mudança na legislação precisa acontecer antes de um ano da realização do pleito.

A comissão terá 34 titulares e 34 de suplentes a serem indicados pelas lideranças partidárias. A data da instalação ainda não foi definida e depende da definição dos integrantes do novo colegiado.

A PEC 135/19 exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos no Brasil.

Outro lado

A deputada federal Joice Hasselmann enviou uma nota ao UOL comentando as declarações de Bia Kicis e disse que solicitou direito de respota à RedeTV! 'assim que possível". Confira a nota abaixo:

"Essa é só mais uma Fakenews dessa deputada que envergonha o parlamento e que se não tivesse mandato estaria usando tornozeleira eletrônica, como alguns de seus comparsas. Eu não tenho como 'armar' nem 'inventar' nada. Mostrei fatos e provas na CPI das Fakenews. Basta olhar.

As mentiras forjadas de maneira proposital, em bando e espalhadas pelas redes com a participação de Bia Kicis, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro e outros (ou seja, organização criminosa) foram escancaradas ja pela imprensa séria, STF, órgãos de investigação, CPI e pelo meu depoimento".