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Bancada do Psol pede investigação ao MPF sobre aparelho espião

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

19/05/2021 18h24

A bancada do Psol na Câmara protocolou uma representação no MPF (Ministério Público Federal) pedindo para que o órgão investigue as "motivações que levam o governo brasileiro a licitar a compra de uma ferramenta israelense de espionagem".

Hoje, o UOL revelou que o filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), interveio na compra de um aparelho espião pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ação do político municipal gerou uma disputa com o alto comando militar.

Para a líder da bancada do Psol, Talíria Petrone (RJ), o ato é "inconstitucional" e confirma o intuito do filho "02" de "contaminar a gestão pública através de ameaças e aparelhamentos".

"Por qual razão estaria Carlos Bolsonaro articulando a contratação deste serviço para operar no Brasil? Sabe-se que o uso dessa ferramenta israelense dependerá apenas de quem controlará o sistema, ou seja, ela põe em risco a privacidade das pessoas", afirmou.

No documento, os parlamentares de esquerda pedem que o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o vereador Carlos Bolsonaro sejam investigados por improbidade administrativa.

Mais cedo, o deputado e líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSOL-RJ), informou que pedirá a convocação do vereador na CCAI (Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência) do Congresso Nacional.

O programa Pegasus, foco da licitação de nº 03/21, promovido pelo ministério, já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e críticos de governos. Em junho de 2017, por exemplo, o jornal The New York Times revelou que o software estava sendo usado pelo governo do México, ainda sob a gestão de Enrique Peña Nieto, para espionar ativistas contrários à sua gestão.