Randolfe pede quebra de sigilos de Pazuello por contratos suspeitos no RJ
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, apresentou um pedido para que sejam quebrados os sigilos bancário, telefônico, fiscal e telemático do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. A motivação, de acordo com o parlamentar, tem como base uma reportagem que foi ao ar ontem no Jornal Nacional, da TV Globo.
Segundo a reportagem, sob a gestão de Pazuello, militares do Ministério da Saúde escolheram, sem licitação, empresas para reformar prédios administrativos da pasta no Rio de Janeiro. Os gastos seriam de quase R$ 30 milhões. Ainda de acordo com o jornal, a pandemia de covid-19 foi utilizada como justificativa para que as obras fossem consideradas urgentes.
O pedido foi apresentado por Randolfe ainda na noite de ontem e veio a público hoje. "É essencial, dessa forma, que essa Comissão averigue os relatos feitos na imprensa sobre essas possíveis fraudes, na medida em que, se comprovados, revelarão o cometimento de crimes e atos de improbidade administrativa", diz o senador no requerimento.
As dispensas de licitação foram identificadas pela AGU (Advocacia-Geral da União), que viu indícios de irregularidades nos contratos e cancelou os repasses. Entre os gastos previstos nos contratos, estaria a reforma de um auditório, com 282 poltronas novas, ao custo de R$ 2,8 mil cada uma.
Randolfe também solicitou a quebra dos sigilos de George da Silva Divério, coronel da reserva nomeado por Pazuello para o cargo de superintendente estadual do Ministério da Saúde no Rio. Segundo a reportagem do Jornal Nacional, foi Divério quem autorizou, em novembro, com um intervalo de dois dias, as contratações sem licitação.
Os requerimentos apresentados por Randolfe precisam ser analisados e votados pelos integrantes da CPI, mas ainda não há data para que isso aconteça.
Em seu pedido, Randolfe solicita a quebra dos sigilos de Pazuello e de Divério desde 2020. O senador ainda pede acesso a todas os documentos e comunicações encaminhadas e recebidas entre o ex-ministro e o coronel da reserva, assim como a todos os pareceres, documentos e comunicações internas e externas do Ministério da Saúde e da Superintendência no Rio relacionados aos contratos das reformas.
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