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CPI: 'às vezes faço pergunta para depoente ser pego na mentira', diz Renan

O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, durante depoimento de Dimas Covas - Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, durante depoimento de Dimas Covas Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

28/05/2021 12h50

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB), a disse que algumas das perguntas feitas aos depoentes na comissão são para que "o depoente minta mesmo".

"Temos tido problemas com alguns depoentes que negam que são pegos na mentira porque temos fatos que já são comprovados. Se fala uma mentira, vai ser pego pela CPI e por agências de checagem. Muitas vezes, quando faço uma pergunta, faço para que depoente minta mesmo. A mentira é uma referência, é importante para subsidiar o relatório final", disse Renan em entrevista à GloboNews.

A comissão entrou na quarta semana de depoimentos. O último a ser ouvido foi o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Os depoimentos serão retomados na semana que vem.

"Quando você faz 20 perguntas ao ex-ministro da Saúde e ele mente em 18, você fez o seu papel. Acho que foi isso, no mais, o presidente e seu filho é que foram agressivos. Ele foi a Alagoas em outra agressão aos alagoanos. Nada disso vai nos intimidar. A cada agressão, nós vamos aprofundar as investigações", declarou o senador.

No início do mês, Bolsonaro foi Alagoas e chamou o senador de "picareta" e "vagabundo". O presidente não citou nominalmente o senador, mas a referência foi clara. Ao longo do evento em Maceió, ele chegou a incentivar coros do público contra o relator da CPI.

"Se esse indivíduo quer fazer um show tentando me derrubar, não o fará. Somente Deus me tira daquela cadeira (presidencial)", disse Bolsonaro logo após ouvir um coro de "Renan vagabundo".

Renan declarou ainda que "tenta encontrar o tom certo para fazer as perguntas" às testemunhas e que não cabe a ele "contestar perguntas, me cabe tentar obter respostas".

"Se precisar chamar alguém novamente para fazer 50 perguntas em vez de 10, vamos fazer. Fundamentalmente é conseguir respostas que possam ajudar na investigação", disse.