'Eu errei', diz vereador que usou expressão racista 'negro de alma branca'
O vereador de São Paulo Arnaldo Faria de Sá (PP) se desculpou por usar a expressão racista "negro de alma branca" durante uma sessão na Câmara Municipal, para se referir ao ex-prefeito Celso Pitta. Depois da repercussão do caso, Arnaldo faria admitiu publicamente que errou.
Me desculpe, eu errei. Não quero discutir com ninguém. Eu quero só pedir desculpas humildemente
Arnaldo Faria de Sá
A bancada feminista do PSOL na Câmara de São Paulo informou ontem que vai entrar com uma denúncia na corregedoria da casa legislativa contra Faria de Sá por "quebra de decoro".
O grupo também fará uma representação criminal do Gecradi (Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância) do MPSP (Ministério Público de São Paulo).
Em nota, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (DEM), criticou a postura de Faria de Sá e prestou solidariedade aos vereadores negros e vereadores negras, afirmando que na "luta contra o racismo" todos estão juntos.
Como negro que sou, a fala racista do vereador Arnaldo Faria de Sá (PP) machuca, atinge nossa população e é inadmissível
Milton Leite, presidente da Câmara de SP
Faria de Sá atuou como secretário de Governo do ex-prefeito Celso Pitta, que morreu em 2009, aos 63 anos. O vereador já foi deputado federal por cerca de três décadas — entre 1987 e 2015.
'Fala criminosa'
A vereadora Luana Alves (PSOL), líder do partido na Câmara de São Paulo, disse que a declaração de Faria de Sá é "criminosa".
Racismo na Câmara de São Paulo! Um vereador acaba de dizer, durante a sessão, que negro de verdade é "negro de alma branca". Criminoso! Nós, negras, chegamos na Câmara com a nossa alma negra e vamos continuar lutando por nosso povo negro!
Luana Alves, vereadora pelo PSOL
O vereador Fernando Holiday (Novo) também se manifestou sobre as declarações racistas. Segundo o parlamentar, "toda a Casa, da esquerda para a direita, se une contra essa atrocidade que não pode passar impune".
A co-vereadora do PSOL Elaine Mineiro, conhecida como Elaine do Quilombo Periférico, disse que o movimento negro tem representantes na casa legislativa e que as medidas cabíveis serão tomadas.
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