Por 2022, Ciro tenta criar programa contra racismo
O ex-ministro e presidenciável Ciro Gomes (PDT) vai nesta segunda-feira, 12, ao Morro da Mangueira, um dos símbolos do samba carioca, em busca de um programa de combate ao racismo. O pedetista almoçará na comunidade com o babalawô Ivanir dos Santos, personagem dos debates sobre religiões de matriz africana e intolerância religiosa, e outros representantes do movimento negro. A ideia é que Ivanir, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ajude a coordenar um programa nacional de combate à discriminação racial.
O Estado registra recorrentes ataques a cultos afro-brasileiros, além de ações policiais violentas em áreas pobres, predominantemente habitadas por pretos e pardos. "O Rio é uma espécie de síntese do Brasil. Além disso, Ciro teve a segunda maior votação da cidade em 2018 e temos candidato forte ao governo estadual", afirmou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Ciro tem mesmo motivos para cultivar com extremo cuidado o eleitorado carioca. Na capital fluminense, teve 19,49% da votação para presidente em 2018. Foram 645.674 votos (19,49%), quase 250 mil a mais que Fernando Haddad, do PT. No Estado, Ciro também venceu o petista, mas por menos de 45 mil votos. O pedetista agora investe na memória que o eleitorado tem de seu nome para tentar novamente a Presidência. Ele também vai a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com cerca de 1 milhão de habitantes, para a posse ao novo diretório do PDT. Em Niterói, governada pelo prefeito Axel Grael (PDT), receberá o título de cidadão niteroiense.
O partido começa a preparar o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, para a disputa local. Neves deixou o cargo bem avaliado, conseguiu eleger seu sucessor e é apontado como candidato ao Palácio Guanabara com bom potencial de votos e palanque forte para Ciro no Estado. Além dele, há na oposição o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, com apoio do prefeito Eduardo Paes (PSD).
Visitas
Ciro é o terceiro presidenciável visitar o Rio em ritmo de campanha nas últimas semanas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), outros dois possíveis candidatos à Presidência em 2022, também escolheram o Estado como ponto de partida das viagens pré-eleição.
Quando esteve no Rio, no mês passado, Lula também teve entre seus compromissos um debate com lideranças negras e comunitárias. Os direitos de pessoas que vivem nas favelas cariocas são considerados tema-chave para a oposição ao bolsonarismo no Estado.
Já o tucano Eduardo Leite, que disputará as prévias tucanas, visitou o novo presidente estadual do PSDB, Otavio Leite, e o apresentador Luciano Huck, que abandonou a ideia de ser candidato no ano que vem.
Além deles, o próprio presidente Jair Bolsonaro participou recentemente de atos com forte apelo eleitoral na cidade. O principal foi uma motociata, em maio.
Berço do bolsonarismo, o Rio é considerado um palanque fundamental para a oposição. Nos últimos anos, o Estado viveu uma série de crises políticas e econômicas, com escândalos de corrupção e governadores presos e afastados.
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