Marina Silva: 'Após anos de PT e PSDB, a semente que brotou foi Bolsonaro'
A ex-senadora e presidente da Rede, Marina Silva, disse que está trabalhando para a construção de uma terceira via para a eleição presidencial de 2022. Para ela, é importante encontrar uma alternativa para a polarização, marcada pela disputa dos dois primeiros candidatos nas pesquisas: o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Estou empenhada em ajudar a construir e viabilizar um projeto que coloque em primeiro lugar o que nós queremos para o Brasil, em lugar da priorização do nome de pessoas. Porque esse é um erro histórico que vem sendo cometido. Infelizmente, após tantos anos no poder de PT e PSDB, a semente que brotou foi o Bolsonaro", disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Para Marina, se os políticos não conseguirem avançar neste ponto, que causou "decepção e desilusão" na população, o país aprofundará o "prejuízo para o processo de reconstrução".
A política, que já se candidatou à presidência em três oportunidades, disse acreditar que é preciso pensar em um projeto para o Brasil, antes de definir um nome de candidato. Ela reconhece, no entanto, que isso já deveria ter começado. Mas vê, também, falta de interesse naqueles que "têm a capacidade de fazer isso" e preferem a "velha estratégia da polarização".
Com isso, propõe debater diversos temas, como desemprego, desigualdades sociais, disrupção tecnológica e enfrentamento a mudanças climáticas.
Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que é preciso enfrentar a necessidade de mudanças no modelo de desenvolvimento "para que o Brasil não continue sendo um pária ambiental". Ela salientou que será preciso observar as políticas ambientais para entender o desenvolvimento da política econômica do país.
"Aqui não é o lugar do problema. Aqui é o lugar da solução. Se as pessoas querem uma agricultura que possa ser certificada, rastreada, aqui é onde se tem possibilidade de fazer isso. Se as pessoas querem produzir materiais com energia limpa, renovável e segura, aqui é o lugar, porque aqui a gente pode ter uma matriz energética 100% limpa. Com a biomassa, o vento, o sol, a hidroeletricidade", defendeu.
A ex-senadora também fez críticas ao governo Bolsonaro que, segundo ela, "só governa para destruir". Marina criticou a postura do presidente da República nos ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e às instituições democráticas.
A política também destacou que Bolsonaro conduziu mal a pandemia, desde promover aglomerações, até a desqualificar o trabalho dos governadores, e fazer propaganda de remédios ineficazes no tratamento e prevenção da doença.
"A única coisa que dá a impressão é de um governo que não quer trabalhar. Só quer ficar contra estudo, contra Educação, contra tudo que é decente e civilizatório nesse País", disse.
Apesar de acreditar que o presidente deseja ir " até às últimas consequências" e salientar que ele flerta rotineiramente com a possibilidade de um golpe, Marina diz não acreditar que isso vá acontecer. Isso porque, segundo ela, "a sociedade brasileira resiste a qualquer tipo de golpe" e as instituições "têm agido vigorosamente contra toda e qualquer tentativa de intimidação".
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