CPI marcará após 7 de setembro data de depoimento de Luciano Hang, da Havan
Luciana Amaral
Do UOL, em Brasília
26/08/2021 20h09Atualizada em 26/08/2021 20h09
A CPI da Covid vai definir a data do depoimento do empresário bolsonarista Luciano Hang de após o feriado de 7 de setembro, informou hoje o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Requerimento para que o dono da rede de lojas Havan seja convocado foi aprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito em 30 de junho. No entanto, a data de comparecimento dele à CPI ainda não foi definida.
O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), que pediu a convocação de Hang, disse que o depoimento do empresário "é muito importante para que esta comissão conheça e o Brasil conheça também o submundo que essa gente criou ao sair do negacionismo para tentar comprar vacinas com fraude, com roubalheira para o povo brasileiro, enquanto o povo brasileiro morria, perdiam-se vidas e mais vidas".
Hang é apontado por parte de membros da comissão como um dos principais integrantes do chamado gabinete paralelo, que teria assessorado informalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao longo da pandemia à revelia dos estuados e das decisões do Ministério da Saúde.
Supostos integrantes do grupo chegaram a se manifestar contra as vacinas e a se posicionar a favor de medicamentos até o momento sem eficácia comprovada para combater a covid-19.
Hang também deverá ser questionado sobre sua participação para tentar liberar a venda de imunizantes ao setor privado, tendo inclusive participado de transmissão ao vivo com o empresário Carlos Wizard e o sócio da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori.
Segundo Catori, a Belcher havia sido convidada a "contribuir tecnicamente" com um grupo de empresários interessados em "doar vacinas, insumos e equipamentos ao SUS e a reforçar o Programa Nacional de Imunizações".
A Belcher surgiu durante a apuração da CPI por ter sido intermediária das conversas entre a CanSino e o Ministério da Saúde para a aquisição de 60 milhões de doses da vacina Convidecia, ao custo de aproximadamente R$ 5 bilhões. O acordo acabou não sendo fechado.
A farmacêutica tem sede em Maringá (PR), terra natal e reduto eleitoral do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros. O deputado federal foi inserido formalmente na lista de investigados pelo colegiado devido a suspeitas de atuação indevida em negociações de vacinas.