Bivar cogita aliança entre MDB, Podemos, PSDB e União Brasil nas eleições
Colaboração para o UOL, no Rio
01/12/2021 11h47Atualizada em 01/12/2021 16h06
O deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE) revelou no UOL Entrevista de hoje que existe a possibilidade de MDB, Podemos, PSDB e União Brasil (formado pela junção do PSL com o DEM) se unirem nas eleições do ano que vem, formando uma única chapa da chamada terceira via.
Até o momento, são pré-candidatos à Presidência da República a senadora Simone Tebet (MS), pelo MDB, o ex-juiz Sergio Moro, pelo Podemos, e o governador de São Paulo, João Doria, pelo PSDB. O União Brasil ainda não tem um nome definido para disputar a corrida presidencial de 2022.
Além de Doria, Moro, Tebet, os outros atuais pré-candidatos à presidência são:
- Alessandro Vieira (Cidadania)
- André Janones (Avante)
- Cabo Daciolo (Brasil 35)
- Ciro Gomes (PDT)
- Jair Bolsonaro (PL)
- Felipe D'Ávila (Novo)
- Leonardo Péricles (UP)
- Lula (PT)
- Rodrigo Pacheco (PSD)
De acordo com Bivar, MDB, Podemos, PSDB e União Brasil avaliam fazer uma prévia popular. A ideia é colocar urnas em diversos pontos do país, além da contratação de pesquisas, para a definição do nome que representaria o grupo. O resultado seria divulgado no dia 15 de março.
Quando, na semana passada, conversei com o Moro sobre isso, ele achou uma ideia que é factível. Tem que falar agora também com os pré-candidatos. Precisa-se falar com o Doria, com a Tebet, se eles topam isso daí. Se topar isso daí, a gente pode executar esse projeto
Luciano Bivar
Nome do União Brasil
Ao ser questionado sobre os possíveis pré-candidatos do União Brasil para 2022, Bivar se esquivou e disse apenas que há um nome sendo definido pelo PSL e outro pelo DEM. Um deles seria uma mulher.
"Não existe um pré-candidato definido. A Tebet é dita pelo Baleia Rossi, o Doria é dito pelo Bruno, o Podemos é dito pelo Moro, e nós também temos nosso candidato... A gente tem um candidato para colocar nessa cesta de escolhas. Só não posso te dizer o nome agora. Um é uma mulher", resumiu Bivar.
O deputado federal descartou os nomes do apresentador José Luiz Datena (PSL) e do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (MDB) como possíveis representantes do União Brasil. De acordo com ele, ambos "estão com dúvidas sobre isso".
Especulamos tudo, fazemos todo o cenário e o próprio Mandetta disse 'olha, estou preocupado, preciso tomar uma decisão, se volto para fazer minha política lá no Mato Grosso do Sul ou não'. Isso ele trouxe com muita serenidade, muita sensatez. Ele falou sobre tudo isso, sobre essa preocupação dele e pensando em querer reservar o senado lá no Mato Grosso do Sul, que eu falasse com a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), que é nossa presidente lá no Mato Grosso do Sul. Isso foi uma conversa reservada nossa
Luciano Bivar
Rompimento com Bolsonaro
Bivar também falou sobre a saída do presidente Jair Bolsonaro (PL) do PSL e os motivos que levaram ao rompimento do chefe do Executivo federal com o partido. De acordo com ele, a legenda foi contra a "ameaça de Estado de Direito" propagada por Bolsonaro.
"Fiquei muito preocupado. Via internamente indícios de que isso podia atingir a democracia. Tudo o que a gente tem na vida política para você desenvolver uma sociedade é uma democracia dentro de um Estado de Direito. Fora disso, é barbaria, negação científica no Direito", disse Bivar.
O deputado federal chegou a citar a ascensão do nazismo na Alemanha ao falar do atual "momento difícil da vida política brasileira". Ele disse não querer que o país volte a um "estado de exceção"
Essa é minha briga. Não estou aqui por questões pessoais, nem objetivos pessoais. Estou aqui defendendo o que minha neta de 16, 17 anos tem, que precisa ter seus direitos civis preservados, suas questões políticas também, sem ser cerceadas. É esse sentimento, é por essa luta que a gente está aqui
Luciano Bivar
Bivar ainda citou a tentativa de Bolsonaro de ter o controle total do PSL enquanto estava no partido. Ele acredita que agora o presidente terá uma postura diferente no Partido Liberal.
"Ele aprendeu muito dentro do PSL, nessa investida que deu em cima do PSL. Ele vai ver que o sistema partidário é muito sólido, muito firme... Ele já viu que o sistema jurídico brasileiro, Estado de Direito, é mais forte do que as intenções de um presidente que queira ter alguma coisa extremamente ditatorial", disse Bivar.