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Tebet será lançada como pré-candidata à Presidência, diz presidente do MDB

Senadora Simone Tebet (MDB) é confirmada como pré-candidata às eleições presidenciais de 2022 - Pedro França/Agência Senado
Senadora Simone Tebet (MDB) é confirmada como pré-candidata às eleições presidenciais de 2022 Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo*

25/11/2021 12h00Atualizada em 25/11/2021 17h21

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) será pré-candidata às eleições presidenciais de 2022. Será o primeiro grande partido —e possivelmente o único —com uma mulher na disputa, caso ela seja confirmada no pleito. A informação foi divulgada nas redes sociais pelo presidente nacional do partido e deputado federal, Baleia Rossi (MDB-SP).

Segundo ele, o nome será homologado no início de dezembro. "Desde março, tive conversas com dirigentes nacionais e regionais do MDB. A conclusão geral é que precisamos de um nome do partido para 2022. Por isso iremos homologar Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto, na próxima reunião da Executiva no início de dezembro", escreveu Baleia Rossi no Twitter.

A pré-candidatura de Tebet está sendo discutida pelo MDB desde que a senadora ganhou destaque com a sua participação na CPI da Covid. Foi a senadora que convenceu o deputado Luis Miranda (DEM-DF) a revelar o nome do responsável pelo "rolo" do contrato de compra da vacina Covaxin.

Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Baleia Rossi ressaltou que o lançamento da pré-candidatura não significa automaticamente que Tebet concorrerá ao cargo nas eleições de 2022.

Segundo o jornal, uma das possibilidades levantadas por aliados é que, caso João Doria (PSDB-SP) vença as prévias do PSDB, Tebet integre uma chapa como vice em uma eventual candidatura do atual governador de São Paulo.

Sigla tenta recuperar protagonismo

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), de 51 anos, é tratada internamente como uma peça fundamental nos planos da sigla, que busca resistir ao governismo e recuperar protagonismo para a corrida sucessória. Ela é cortejada por Sérgio Moro (Podemos) para compor sua chapa nas eleições presidenciais, mas o partido descarta aproximação com o ex-juiz.

O perfil arejado da parlamentar, a história familiar nas fileiras emedebistas e a atuação destacada na CPI da Covid fizeram a senadora ser vista como oportunidade de o partido renovar a própria imagem e de se diferenciar no congestionamento da terceira via.

A cúpula emedebista quer chegar ao evento de lançamento, ainda sem data prevista, com a definição dos nomes que vão liderar a estratégia de marketing e o plano econômico. Uma mulher deverá ficar a cargo das questões fazendárias —a economista Zeina Latif foi convidada. O detalhe importante para uma senadora feminista que não gosta de se autodefinir com o termo, mas milita nas pautas de gênero.

Tebet foi a primeira a liderar a bancada do MDB e a presidir a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Este é, sobretudo, um grande marco simbólico para o partido como um todo, que destronou a primeira mulher presidente da República e formou um governo composto exclusivamente por homens brancos, na maioria sêniores.

Entre correligionários, a avaliação é a de que Simone ajudará o MDB, e vice-versa. A senadora está disposta a abrir mão da campanha à reeleição ao Senado, onde as pesquisas internas apontam boas chances de reeleição, em contrapartida poderá ser o novo nome do partido para futuros arranjos e influenciar os rumos da agremiação.

Por outro lado, ainda precisa superar desconfianças gerais cultivadas até entre colegas de plenário. O MDB perdeu a vocação de concorrer ao Planalto e é conhecido pelo adesismo. Depois de Tancredo Neves, em 1985, só teve a cabeça de chapa três vezes, com candidaturas frágeis. A de Ulisses Guimarães, em 1989, a de Orestes Quércia, em 1994, e a de Henrique Meirelles, em 2018.

Movimentação dos partidos

A sinalização a favor de Tebet no MDB ocorre em um momento de intensa movimentação dos partidos visando as eleições de 2022. Há duas semanas, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro se filiou ao Podemos para viabilizar sua candidatura.

No PSDB, novembro marca a definição das prévias que indicará o pré-candidato do partido à presidência —Arthur Virgílio (PSDB-AM), Eduardo Leite (PSDB-RS) e João Doria (PSDB-SP) são os concorrentes. Segundo o partido, a definição deverá acontecer até domingo.

O PSD também tenta viabilizar a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No início de novembro, o apresentador José Luiz Datena, que também era cotado para concorrer à presidência, anunciou a saída do PSL para disputar uma vaga no Senado pelo PSD.

Já o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) se filiará ao PL no dia 30 de novembro.

*Com Estadão Conteúdo