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PSOL: 'Alckmin não é positivo para o Brasil e é incoerente tê-lo como vice'

Colaboração para o UOL, em Maceió

11/02/2022 18h58

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que Geraldo Alckmin, cotado como vice na chapa liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência nas eleições deste ano, não é algo "positivo" para o Brasil, além de ser "incoerente" ter o ex-governador em uma unidade formada por partidos de esquerda.

Em entrevista ao UOL News, Medeiros afirmou que Alckmin adota uma postura neoliberal e é um dos responsáveis pela crise vivenciada pelo país por ter "bancado e apoiado a agenda de ataques [aos direitos] dos trabalhadores". Por esse motivo, Juliano ressalta que, mesmo que o ex-tucano seja confirmado como vice de Lula, o PSOL em "hipótese alguma" fará campanha para ele.

"Em nenhuma hipótese o PSOL fará campanha para Geraldo Alckmin, mesmo que ele venha a ser vice do Lula, não é para ele que nós faremos campanha. Não faz sentido que uma frente de esquerda que abrace um programa com medidas antineoliberais, tenha como vice alguém que bancou e apoiou toda essa agenda de ataques aos trabalhadores", declarou, ressaltando não ter visto "nenhuma autocrítica do Geraldo Alckmin por ter apoiado essa agenda que levou o país à tragédia social e econômica que estamos vivendo".

Porém, apesar de pontuar que o PSOL vê como "uma incoerência" a presença de Alckmin nessa composição, ele ressalta que a possível participação do ex-governador paulista não é um "desafio intransponível".

"Se o Alckmin fosse um desafio intransponível a gente sequer sentaria para conversar com o presidente Lula", frisou.

Hoje, o PSOL decidiu dar início às negociações para que a sigla apoie a candidatura de Lula, mas condicionou esse apoio caso haja, entre outras medidas, a revogação de reformas, como a trabalhista, por exemplo.

O partido fará a abertura oficial das discussões em um ato no próximo dia 16, em Brasília, quando será promovida uma coletiva de imprensa com a presença de líderes partidários de esquerda, como a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e a presidente do PCdoB, Luciana Santos.

Nesta semana, o pré-candidato ao governo de São Paulo, Márcio França, principal articulador da chapa Lula-Alckmin, disse que a aliança entre os dois "está 99,9% fechada".

No UOL News, Juliano Medeiros destacou que a pretensão do PSOL é construir uma unidade entre as siglas de esquerda a fim de derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) "já no primeiro turno".

"Essa unidade não se constrói apenas na troca de apoio entre os partidos, mas também deve considerar uma unidade em torno de saídas concretas para tirar o Brasil da crise profunda em que nós vivemos, com quase 20 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da miséria, inflação fora de controle e a volta da fome. Nós do PSOL entendemos que para enfrentar essa crise vai ter que enfrentar privilégios, reverter partes das medidas implementadas nos últimos anos e que tiraram do estado a capacidade de reverter as desigualdades sociais", completou.